Paranaense repetiu o melhor salto da temporada para conquistar uma vaga no pódio da principal competição do ano de sua categoria em Cáli, na Colômbia
Fonte CBAt
3 de agosto de 2022 / Cali (Colômbia)
O paranaense Gabriel Luiz Boza repetiu sua melhor marca da temporada no salto em distância – 7,90m (0.2) na sexta e última tentativa – e conquistou a medalha de bronze, a primeira do Brasil no Campeonato Mundial de Atletismo Sub 20 em Cáli, Colômbia, nesta terça-feira (2), no Estádio Olímpico Pascual Guerrero. Pediu palmas antes do salto e depois fez uma reverência e mandou beijo para os atletas brasileiros que na arquibancada torciam por ele na competição mais importante do ano em sua categoria. Na mesma jornada, o público assistiu ao recorde mundial dos 100m sub 20, batido por Letsile Tebogo, de Botswana, com 9.91 (0.8).
O francês Erwan Konate confirmou o favoritismo e levou o ouro no salto em distância, com 8,08 (0.4), seguido do cubano Alejandro Parada, com 7,91m (0.1). A premiação dos saltadores foi entregue por Mike Powell, embaixador da World Athletics, ainda o recordista mundial da prova (8,95m em 1991).
Gabriel queimou o primeiro salto, saltou 7,72m na segunda tentativa e voltou a queimar na terceira. Qualificou-se entre os oito que tiveram direito a mais três saltos, na sétima posição. Saltou 7,58m, na quarta tentativa, mas errou o quinto salto (5,94m). Precisou de muita conversa com o treinador Cremílson Julião Rodrigues, o Montanha, além de controle emocional e eficiência técnica para ganhar a medalha no último salto.
“E eu estava me sentindo muito bem, com o coração pegando fogo, sabendo que ia sair uma medalha. Era uma questão de ajuste, e o Montanha falou para mim: é o último salto, mas quem disse que a gente precisa de dois saltos para ganhar? Eu coloquei isso na cabeça e fui como se fosse o último salto da minha vida”, disse Gabriel Boza.
Em nenhum momento o atleta da Associação Prudentina de Atletismo (APA/SP) sentiu-se pressionado na prova, apesar de dores no tornozelo – a pista onde treina, em Presidente Prudente, está em reforma desde o Troféu Brasil. “Não podia levar isso como desculpa.”
No mundial de Nairóbi, no Quênia, no ano passado, ele foi quarto colocado no salto em distância com 7,83m. Sua melhor marca é 8,04m, recorde brasileiro e sul-americano sub 20, obtido no dia 4 de setembro de 2021, em Bragança Paulista (SP). Nesta temporada, saltou 7,90m, no dia 1º de maio, em São Paulo. Gabriel nasceu em 7 de março de 2003 e começou no atletismo, já pelo salto em distância, nos Jogos Escolares, em sua cidade natal, São José dos Pinhais (PR).
“Eu sou um garoto e ainda tenho muitas coisas para aprender, posso melhorar na técnica, na parte mental e física, mas é isso que eu quero levar para a minha vida. Sou um medalhista em mundial e isso me deixa com confiança para voos mais altos. Mesmo com todos os defeitos e adversidades, sou um medalhista em mundial.”
Agora o seu objetivo é saltar acima dos 8m e de sua melhor marca. “Tenho muito para melhorar. Dá para saltar muito longe. Tenho certeza de que 8,04m, 8,10m e 8,30m ainda virão.”
Gabriel disse que se inspira em Alison dos Santos, campeão mundial dos 400m com barreiras. “Em cada competição ele faz história. Foi bronze olímpico, foi campeão mundial, é tranquilo e focado. No atletismo, é minha inspiração.”
Dirigente paulista comemora a medalha de Boza
Joel de Oliveira, presidente da Federação Paulista de Atletismo, vibrou com a conquista de Boza. “É uma alegria muito grande ver o sucesso alcançado pelo nosso atleta. Ele é um grande talento e há vários anos vem despontando nas categorias de base. No ano passado foi o quarto colocado no mundial sub 20 em Nairóbi. Neste ano ele coroa o trabalho que desenvolve com seu treinador com a medalha de bronze no mundial de Cáli, numa competição avaliada como a mais forte de todos os tempos.”
O dirigente enalteceu ainda a qualidade do trabalho realizado pelo treinador. “É uma felicidade enorme ver o esforço do professor Cremílson Julião Rodrigues, o Montanha, sendo premiado. Além de treinador, ele é dirigente da Associação Prudentina de Atletismo e desenvolve um trabalho hercúleo para manter seus atletas e sua equipe no topo da modalidade. Ele soma mais de 20 anos de um trabalho muito sério e sólido de formação esportiva no interior de São Paulo e tem mais um atleta neste mundial, o que mostra a força e a tradição do interior paulista servindo à seleção brasileira. Há outros atletas da federação paulista neste mundial e esperamos mais bons resultados.”
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