Com um COI extremamente otimista, as modalidades foram avaliadas como um ponto de interesse dos jovens
Por Helena Sbrissia / Global Sports
10 de dezembro de 2021 / Curitiba (PR)
Em comunicado feito nesta quinta-feira (9), o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que o surfe, o skate e a escalada esportiva, modalidades que estrearam nas Olimpíadas de Tóquio 2020, foram incluídos inicialmente no programa olímpico de Los Angeles 2028. A 139ª sessão do COI, será realizada em fevereiro de 2022, irá aprovar o programa inicial.
O surfe, skate e escalada foram modalidades que tiveram um enorme sucesso entre os espectadores jovens nos Jogos de Tóquio e já constam na programação de Paris 2024. Isso significa que eles terão direito a uma parte da receita de transmissão de Los Angeles 2028, já que serão incluídos como esportes integrantes.
“Esses esportes essenciais na Costa Oeste compartilham uma energia jovem e criativa, e serão perfeitos para as Olimpíadas de Los Angeles 2028. Estamos ansiosos para que o programa inclua alguns dos esportes mais icônicos da nossa cidade, portanto, recebemos a proposta do COI com muita satisfação. Essas modalidades trarão novo entusiasmo e relevância para os Jogos”, são as palavras do presidente de LA28, Casey Wasserman.
Thomas Bach, o presidente do COI, disse que a proposta de inclusão das três modalidades “é baseada no enorme sucesso obtido em Tóquio 2020, um compromisso com a inovação que também reconhece as raízes profundas de cada um desses três esportes em Los Angeles e na Califórnia.” O programa Los Angeles 2028 deve ser finalizado em dezembro de 2024.
Contudo, outras três modalidades não entraram na lista inicial de 28 esportes para 2028: levantamento de peso, boxe e pentatlo moderno. Segundo Bach em coletiva de imprensa virtual ao final de uma reunião do Conselho Executivo da entidade, esses esportes precisam atender critérios em 2023 para serem incluídos.
A União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) precisa finalizar uma proposta para substituição da equitação no formato geral da competição antes que o esporte possa integrar novamente o programa olímpico. Para Bach, a proposta da entidade precisa “demonstrar uma redução significativa em custo e complexidade e melhoria nas áreas de segurança, acessibilidade, universalidade, apelo para a juventude e o público em geral.”
O resultado segue as preocupações decorrentes do escândalo nas Olimpíadas de Tóquio 2020, em que a treinadora alemã Kim Raisner foi mandada para casa por socar o cavalo Saint Boy, que foi um dos que se recusou a pular no evento feminino. A UIPM foi criticada por atletas por descuidar da equitação e pelo processo que levou à polêmica decisão. Segundo o diretor de esportes do COI, Kim McConnell, os testes para substituir a equitação aconteceriam no verão europeu e, para ele, “os atletas precisam ser parte central desse processo.”
Já a Associação Internacional de Boxe (AIBA) e a Federação Internacional de Levantamento de Peso (IWF) possuem problemas de longa data relacionados à governança das entidades, o que levou Bach de as chamar de “crianças problemáticas”. A reintegração da AIBA como entidade olímpica é possível, mas precisa acontecer, até 2023, seguir à risca, o roteiro elaborado pelo COI sobre finanças, governança, arbitragem e julgamento.
A AIBA deve “demonstrar que abordou com sucesso as preocupações contínuas em torno de sua governança, transparência financeira e sustentabilidade e integridade do processo de arbitragem e julgamento” para que o boxe seja incluído no Los Angeles 2028.
Bach advertiu que a IWF deve mostrar “sua transição para conformidade e mudança efetiva de cultura” e “deve abordar com sucesso os incidentes históricos de doping no esporte e garantir a integridade, robustez e total independência do antidoping” para que o levantamento de peso seja apresentado nos Jogos de 2028.