ITKF inova mais uma vez ao lançar o projeto Green Belt

ITKF inova mais uma vez ao lançar o projeto Green Belt

A International Traditional Karate Federation reforça sua pujança e o pioneirismo com o lançamento do projeto ITKF Green Belt, voltado à conscientização ambiental e à sustentabilidade

Por Paulo Pinto / Global Sports
12 de abril de 2023 / Curitiba (PR)

A concepção do projeto ITKF Green Belt começou no Campeonato Mundial da ITKF realizado na Slovenia em 2022, quando o sensei Ricardo Buzzi apresentou a idéia de zerar as emissões de carbono nos eventos institucionais. A proposta foi muito bem recebida e teve todo apoio da direção da ITKF Global.

Gilberto Gaertner, chairman da ITKF, entende que uma entidade voltada para a educação e o esporte não pode eximir-se – ou até mesmo desobrigar-se – de participar e apoiar causas socioeducativas de tamanha relevância como as questões ambientais.

“Atualmente vivemos uma crise climática sem precedentes como consequência da exploração e destruição impiedosa dos recursos naturais do planeta, da poluição de rios e oceanos, da emissão de gases que causam o efeito estufa e provocam o aquecimento global, entre outros malefícios.”

Nesse contexto, o projeto ITKF Green Belt vem ao encontro dos propósitos da ITKF de ser social e ambientalmente responsável e de estar alinhada com as ODS da ONU. “Sem dúvida, podemos contribuir significativamente por meio de programas de conscientização ambiental, mudança de hábitos e projetos sustentáveis em nossa organização, atingindo milhares de pessoas. Começaremos pelas federações nacionais (MO), clubes e escolas filiados, dirigentes, instrutores, alunos e familiares”, anuncia o dirigente.

https://itkf.global

Após os estudos iniciais de viabilidades, optou-se por uma visão mais ampla do projeto Green Belt, que vai iniciar com a conscientização ambiental mediante palestras informativas, capacitação dos instrutores e postagem de material instrutivo nas redes sociais da entidade. Também serão levadas a efeito ações concretas em nossos eventos, como plantio de árvores, separação e coleta seletiva de lixo, redução de uso de papel e de energia elétrica, distribuição de colmeias de abelhas à comunidade, bem como ações de conscientização em parceria com o poder púbico e comunidades locais. Gaertner adianta que a ITKF vai zerar a emissão de carbono dos deslocamentos e viagens dos seus dirigentes.

“Creio que, com o engajamento forte e efetivo da nossa instituição no processo de conscientização ambiental e sustentabilidade, vamos assumir uma responsabilidade inadiável na luta pela conservação da vida no nosso planeta. Vamos usar toda a nossa capacidade de luta para que esse enfrentamento possa garantir a vida das futuras gerações.”

Novo caminho do karatê para as próximas gerações

O tetracampeão mundial de kumitê e arquiteto Ricardo Luís Buzzi, técnico da Seleção Brasileira de Karatê Tradicional, acredita que este momento histórico e delicado tem suas origens nas mudanças climáticas provocadas pelas emissões de gases que provocam o efeito estufa e pela redução da capacidade de absorção destes gases pelo planeta decorrente da redução das massas vegetais em todos os continentes.

“Talvez todo esse processo não esteja tão claro assim para a sociedade atual, pois avaliar o período histórico durante a sua vigência é muito complexo. A falta de conclusão dos fatos não nos permite parametrizar as consequências e a extensão das mudanças, porém os sinais de que ocorre algo são muito claros, como mostram as diversas conferências mundiais que vêm sendo realizadas sobre o tema há décadas e os alertas veementes de toda a comunidade científica, cada vez mais incisivos, baseados em pesquisas sólidas e dados coletados por todo o planeta.”

Buzzi avalia que essa crise tem potencial para ser tão grave que pode provocar mudanças completas nos mais variados aspectos das sociedades humanas – alterações nas plataformas produtivas, nas matrizes energéticas, na agricultura, nas formas de consumo, nas fronteiras internacionais, na distribuição de recursos hídricos, nos domínios e posses de reservas florestais. Isso sem falar nos movimentos inflacionários globais e no número inimaginável de mudanças relativas à migração dos povos afetados por eventuais crises, como inundações permanentes causadas pela elevação dos níveis dos oceanos, secas extremas e mudanças de padrões pluviométricos. Tudo isso pode inviabilizar a habitação de regiões inteiras do planeta, alterando a distribuição populacional e reduzindo a produção alimentar, levando a potenciais guerras e disputas de recursos e de territórios para habitação e agricultura, mortandade populacional, ondas de fome crônicas e impacto profundo em ecossistemas dos mais variados biomas.

Professores Gilberto Gaertner e Ricardo Buzzi © Arquivo

“As consequências são imprevisíveis e poderão ser mais ou menos drásticas dependendo das ações tomadas pelos governos, empresas, organizações e indivíduos no presente e no futuro próximo”, prossegue Buzzi. “Certo é que as mudanças climáticas estão batendo à nossa porta e cabe a nós, munidos dos dados científicos e cientes do processo histórico e ambiental em andamento, tomarmos todas as medidas possíveis para neutralizar o máximo do impacto causado por nossas atividades.”

Buzzi alerta que tais desafios não podem ser ignorados, como se o processo histórico e o impacto ambiental não existissem ou como se fosse tarefa de outros – governos, instituições, indivíduos – combater essa gravíssima questão. “O momento pede ação imediata e não discursos vazios enquanto as nossas atividades continuam impactando o planeta de forma brutal. O futuro que não irá perdoar a inação das instituições e indivíduos.”

Para Ricardo Buzzi, é hora de agir e entrar no rol daqueles que colaboram efetivamente para salvaguardar o bem mais precioso da humanidade – o planeta Terra – e seu equilíbrio ecológico e ambiental. “O combate passa por ações efetivas e investimento de todas as partes envolvidas no processo de gestão e ação da ITKF e seus países membros”, enfatiza. “Não basta termos em nossas propostas e discursos que somos sócio ambientalmente responsáveis, nós devemos partir para ação efetiva. Isso significa investir em educação ambiental e realmente neutralizar as emissões de gases causadores do efeito estufa decorrentes de procedimentos da ITKF e sua diretoria, seus deslocamentos e atividades diretas, com a intenção de gerar uma reação em cascata na qual seus membros coligados, por meio do exemplo da ITKF, possam também aderir ao conceito da sustentabilidade e da redução dos impactos ambientais em suas atividades.”

O técnico da seleção brasileira avalia que a iniciativa é um importante passo para que a ITKF possa alinhar-se com as premissas de ESG. “A adoção das políticas de gestão ambiental e a implementação do projeto ITKF Green Belt serão um avanço institucional pioneiro dentro das entidades de gestão do karatê mundial, efetivando ações reais de responsabilidade social e ambiental. A ITKF adianta-se às demais instituições, demonstrando um avanço organizacional importante e angariando maior credibilidade”.

Para Gilberto Gaertner, a prática do karatê-dô não se limita à formação humana, ao esporte ou ao Budô. “Dentro desse conceito o projeto ITKF Green Belt nos remete a governança ambiental, social e corporativa e ao conjunto de objetivos da federação internacional alinhados ao movimento de diversidade, equidade e inclusão.”

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