O investimento confirma a importância da prática esportiva para a vida cívica e consolida o governo federal como maior patrocinador do esporte olímpico do Brasil
Gestão Esportiva
Por Helena Sbrissia / Budopress
25 de junho de 2021 / Curitiba (PR)
O governo federal consagra-se como o maior patrocinador de esportes olímpicos dentro da esfera nacional. Anualmente, o investimento é superior a R$ 750 milhões e parte do tripé formado pela Lei das Loterias, a Bolsa Atleta e a Lei de Incentivo ao Esporte.
No Brasil, as categorias olímpicas e paralímpicas recebem incentivos com vistas à participação nos diversos eventos mundo afora: Olimpíadas, Paralimpíadas, Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos, além dos campeonatos mundiais de cada categoria.
Somente em 2020, a Lei das Loterias destinou ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) cerca de R$ 292,5 milhões, valor repassado às confederações. Já ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o valor foi de cerca de R$ 163,1 milhões.
A Lei 13.756/16, principal fonte de recursos do COB, foi sancionada em 12 de dezembro de 2016 pelo então presidente Michel Temer. Por meio dela cerca de 1,7% da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e da loteria federal destina-se aos comitês.
Já a Bolsa Atleta, criada pela Lei 12.395/2011, um dos maiores programas de patrocínio direto a atletas do mundo, teve um orçamento de R$ 143,4 milhões somente em 2021, atendendo 7.197 brasileiros. Já para os 274 atletas posicionados no topo dos rankings mundiais – e que têm mais chance de medalha olímpica – foram pagos R$ 36,72 milhões.
Entre 2016 e 2021, o último ciclo olímpico, a Lei de Incentivo ao Esporte captou um valor superior a R$ 640 milhões e aprovou 699 projetos voltados ao alto rendimento.
“Não há dúvidas de que o governo federal é um parceiro importante do esporte olímpico e paralímpico e todos esses programas de apoio somam-se ao trabalho desenvolvido pelo Comitê Olímpico do Brasil e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, bem como ao das confederações e de todos os profissionais que trabalham nas equipes de apoio aos atletas e também àqueles que se dedicam à ciência esportiva, fundamental hoje em dia quando falamos de alto rendimento”, afirmou Rogério Sampaio, diretor geral do COB e campeão olímpico de judô em Barcelona 1992.
Para João Roma, ministro da Cidadania, o esporte é uma paixão nacional e um dos orgulhos da nação, por isso a importância do apoio das instituições federais, porque propaga valores para a sociedade, servindo como guia também para uma vida mais saudável.
“Por isso, nós, do governo federal, trabalhamos para garantir que cada vez mais nossos atletas tenham as melhores condições de desenvolverem seus talentos de modo a representar bem nosso País nos torneios internacionais. Sabemos da importância que esse apoio federal tem para cada um dos atletas que em breve estarão nos Jogos de Tóquio e também para aqueles que não disputarão esta edição, mas que estão se preparando e sonham em estar em 2024, em Paris, e nas demais edições”, disse.
“Não há dúvida de que o governo federal é um parceiro importante do esporte olímpico e paralímpico e todos esses programas de apoio somam-se ao trabalho desenvolvido pelo COB e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, bem como o das confederações e de todos os profissionais que trabalham nas equipes de apoio aos atletas.”
Rogério Sampaio, diretor-geral do COB
Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, também destaca a importância do investimento que é dado pelo tripé Lei das Loterias, Lei de Incentivo ao Esporte e Programa Bolsa Atleta. Para ele, é nítida a evolução que o esporte olímpico e paralímpico brasileiro teve em competições.
“Não tenho dúvidas de que, assim como as últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos foram as melhores da história de nosso País, o Brasil está em um caminho de evolução que vai seguir nas próximas edições, pois nosso trabalho é fortalecer ainda mais esses programas federais”, acrescentou Magalhães.
De 1920, nas Olimpíadas da Antuérpia, a 2000, em Sydney, o Brasil conquistou 67 medalhas – 12 de ouro, 20 de prata e 35 de bronze – em 15 edições dos jogos. Em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, apenas quatro edições, a delegação brasileira quase igualou o número. Foram 63 medalhas, sendo 18 de ouro, 17 de prata e 28 de bronze.
“Realmente há uma grande diferença no financiamento da carreira de um atleta hoje e na minha época, antes de 2000. Naquela época, tínhamos muito pouco recurso entrando no financiamento das campanhas e das nossas competições. Tudo era gerenciado por nós, pago por nós.”
Torben Grael, velejador bicampeão olímpico
“Antes, o surgimento de um atleta era resultado do acaso mesmo, de sorte e de um esforço pessoal grande. Não havia apoio e nenhuma entidade tinha condição de dar estrutura para o competidor”, disse o ex-atleta de saltos ornamentais Ricardo Moreira, hoje presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO).
Moreira citou o período anterior a 2000, quando o esporte olímpico no Brasil era verdadeiramente amador, pois não era possível dar ao esportista as condições necessárias para treinar e participar de competições. “Desde 2001 esse cenário vem mudando. O próprio COB e as confederações começaram a se estruturar. As confederações, por meio do recurso repassado pelo COB, hoje têm condições de levar os atletas para as principais competições, tanto da categoria principal quanto das de base, o que é fundamental e antes não existia.”
Os saltos ornamentais, por exemplo, ganharam grande representatividade a partir de 2004, chegando a diversas finais nos principais campeonatos e conquistando medalhas nos Jogos Pan-Americanos. Segundo ele, isso se reflete também nos resultados atingidos em outros esportes.
Atletas, dirigentes e autoridades destacam como os investimentos federais contribuíram com a evolução do esporte. A competitividade do Brasil aumentou significativamente.