By Iniciativa do Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região em parceria com o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva também conta com o apoio da Secretaria de Esportes do Estado
Por Paulo Pinto / Global Sports
6 de maio de 2022 / Curitiba (PR)
No dia 12 de janeiro, a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, em parceria com o Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP), anunciou a realização do Censo Esportivo Paulista, que vai utilizar a ferramenta desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva (IPIE).
O projeto Inteligência Esportiva, do setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, surgiu em 2013 com a função de produzir, aglutinar, sistematizar, analisar e difundir informações sobre o esporte do Brasil, contribuindo para a construção de um banco nacional de informações sobre o assunto, a fim de orientar melhorias nas políticas de gestão. Outros objetivos são levantar a história das modalidades esportivas no Brasil, gerar interação com organizações internacionais, levantar e analisar produções científicas na área, interagir com os segmentos específicos, organizar um cadastro de entidades dedicadas ao esporte e disponibilizar informações para quem trabalha, estuda, divulga e promove o alto rendimento no País.
Na semana passada a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo reuniu a diretoria de todos os seus departamentos, os 32 supervisores e coordenadores de Esportes responsáveis pelas 32 subprefeituras da capital e demais colaboradores e profissionais da área para desenvolverem uma estratégia para alimentar a plataforma da Universidade Federal do Paraná com as informações necessárias.
Aproveitando a ocasião, reiterou-se a necessidade de os stakeholders da gestão esportiva estarem atentos às alterações da legislação, já que se discute no âmbito federal o Plano Nacional de Desporto (PND). Caso o documento não seja muito bem costurado, afetará diretamente os municípios, assim como a votação da PL 2486/21 no Senado Federal, que determinará os destinos dos Profissionais de Educação Física do Brasil. No encontro evidenciou-se também a importância da atuação da Associação de Secretários Municipais de Esporte e Lazer (ASEMESP), responsável pela união de todos os agentes e por buscar alternativas, defender interesses, executar ações e projetos e conduzir reivindicações da classe.
O primeiro a falar no encontro foi Mauzler Paulinetti, que representou Nelson Leme da Silva Junior, presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP). Em sua explanação o secretário-geral de gabinete do conselho regional mostrou a necessidade de todos os agentes da cadeia esportiva paulista contribuírem no fornecimento de informações para a plataforma desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva.
“Hoje a indústria do esporte é uma das que mais crescem e que mais arrecadam, justamente por atender as demandas de diversos segmentos: esporte de rendimento, esporte de participação (como os projetos sociais), esporte escolar (com duas vertentes: escolar e universitário) e o recém-criado esporte de formação, que permite ao praticante tornar-se um atleta subsidiado por projetos federais e estaduais”, disse Paulinetti.
“Mas paradoxalmente os profissionais da área são penalizados com a constante falta de recursos em todos os níveis”, prosseguiu. “As secretarias de Esporte são sempre as que recebem menos recursos e menor apoio. Como podemos reverter este quadro e obter orçamentos maiores e o devido reconhecimento? A minha resposta é: por meio o Censo Esportivo Paulista e de números que comprovem a expressividade e a importância dessa atividade. Estamos em pleno século XXI, na era da informação. Só vamos obter sucesso com solicitações embasadas em números e informações precisos.”
Ele ainda lembrou que é preciso inovar e criar mecanismos que projetem a atividade física a outro patamar e deu exemplos concretos de como o esporte adquiriu maior expressividade.
“O esporte, enquanto ferramenta de desenvolvimento social e humano, une, iguala e emociona.”
“Temos de fazer a diferença, pois isso vai impactar no cidadão e na sociedade. Hoje temos esporte para a terceira idade, esporte para deficientes e uma gama infinita de modalidades e atividades. No mês passado o Brasil venceu o campeonato mundial para deficientes com síndrome de down. Aliás, fomos bicampeões mundiais na competição realizada em Lima, e muito pouca gente sabe, pois não há divulgação. Antes, o deficiente ficava em casa isolado. Hoje, graças ao esporte, esses cidadãos levam uma vida social ativa e participativa. Para toda e qualquer deficiência existe uma atividade esportiva específica. São cidadãos que têm atrás de si as famílias e o nosso comprometimento, seja como esportistas seja como profissionais de Educação Física, de lhes proporcionar qualidade de vida.”
Mauzler Paulinettti enfatizou que o esporte, enquanto ferramenta de desenvolvimento social e humano, une, iguala e emociona, e concluiu conclamando todos os profissionais presentes a colaborarem com o senso esportivo de São Paulo e do Brasil.
Em seguida, Amanda Chagas, pesquisadora do projeto do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva (IPIE), mostrou a importância dessa iniciativa para o futuro da atividade esportiva no País.
“Temos o objetivo de levantar aspectos quantitativos e qualitativos do esporte promovido por diferentes entes, como as secretarias municipais e estaduais de Esporte para obtermos um panorama completo do País. A ideia é melhorar o nível de informação esportiva para auxiliar nas demandas do setor. A GEEM – Gestão do Esporte nos Estados e Municípios baseia-se em seis principais dimensões: dados da entidade, governança, recursos humanos, políticas para o esporte, instalações e cultura esportiva. Com isso teremos um panorama completo da situação real do esporte em cada município e em todo o País.”
A pesquisadora do projeto passou os procedimentos necessários para acessar o site da entidade, no qual estão todas as informações sobre o censo paulista e de outros Estados, além de dados de todas as 7.000 instituições ligadas ao esporte e das entidades que financiam o esporte. Para mais informações sobre a plataforma, clique AQUI.
O último palestrante foi Carlos Augusto Manoel Vianna, o Cacá, secretário municipal de Esportes e Lazer, que após agradecer a presença de todos discorreu sobre a importância do Censo Esportivo Paulista.
“Há muita gente em pé, e estamos com nosso espaço totalmente tomado, o que mostra o comprometimento de todos com esta iniciativa. Agradeço aos representantes das subprefeituras que atenderam ao nosso chamamento e com isso estão cientes da importância do Censo Esportivo Paulista, principalmente para as futuras gerações de profissionais do esporte da cidade de São Paulo e do nosso Estado. Com esta iniciativa teremos um raio-X do esporte do Brasil.”
O secretário enfatizou a importância de qualificar e quantificar o trabalho que está sendo feito na capital por milhares de profissionais e abnegados. “Nós somos o esporte, e se não defendermos esta bandeira, nos unindo em torno de políticas públicas e projetos como este, não avançaremos em nenhuma direção. Temos de trocar informações e experiências para saber o que está dando certo ou errado. Se não tivermos a sensibilidade de nos unir e de defender as mesmas bandeiras, não seremos vistos e muito menos lembrados. Temos de qualificar os resultados em lazer, recreação e esporte na cidade de São Paulo, para mostrar por meio de números quanto e onde é preciso investir. Acabou a era de empirismo e temos de trabalhar com base em dados e números reais. Somos a maior capital da América Latina e temos a responsabilidade de fazer o melhor trabalho do esporte do continente”, expôs Vianna.
