Em jogo dramático, equipe do tênis de mesa sofre, mas conquista vaga na semifinal

Em jogo dramático, equipe do tênis de mesa sofre, mas conquista vaga na semifinal

Gustavo Tsuboi, Hugo Calderano e Vitor Ishiy também tiveram que superar provocações e gritos da confusa arbitragem; Coreia do Sul é o próximo obstáculo na briga pela medalha

FONTE NELSON AYRES (FATO&AÇÃO)
1º DE AGOSTO DE 2021 / CURITIBA (PR)

Em jogo dramático do início ao fim, com mais de quatro horas de duração, os meninos do Brasil venceram a primeira no torneio de equipes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O time número 6 do mundo bateu a Sérvia (42ª do ranking), por 3 a 2, em jogo que terminou nas primeiras horas da manhã deste domingo (1º), no Ginásio Metropolitano de Tóquio. Com isso, vão brigar por vaga na semifinal da competição e, consequentemente, querem o direito de disputar, a medalha de bronze.

O duelo das quartas de final será diante da Coreia do Sul, cabeça de chave número 4 do torneio. A partida está marcada para a madrugada desta segunda-feira (2), às 2h30 (horário de Brasília).

O confronto de duplas começou com a Sérvia dominando o primeiro set, com Gustavo Tsuboi e Vitor Ishiy falhando bastante na recepção diante de Zsolt Peto e Marko Jevtovic. Os erros persistiram na segunda parcial, com os europeus conseguindo ampliar a vantagem. No terceiro set, os brasileiros se ajustaram e conseguiram a primeira vitória em sets. Mas os sérvios voltaram a dominar na quarta parcial, fechando em 3 a 1 (7/11, 9/11, 11/8 e 8/11).

Gustavo Tsuboi jogou muito contra o sérvio Marko Jevtovic, mas foi vencido por 3 a 2 © Luisa Gonzales / Reuters

Calderano supera gritos e arbitragem

Raquete 1 do Brasil, Hugo Calderano, sétimo colocado no ranking mundial, bateu Dimitrije Levajac, por 3 a 2 (11/8, 11/13, 11/5, 10/12 e 11/5). Mas também não teve vida fácil. Disputado ponto a ponto até a igualdade em oito, o brasileiro só conseguiu garantir a vitória no finalzinho da primeira parcial. No segundo set, o sérvio conseguiu empatar o confronto, provocando bastante a cada ponto conquistado.

O repertório de jogadas e provocações do 387° colocado do ranking mundial parecia ter se esgotado. Calderano respondeu à altura. Abriu 5 a 0 no início do terceiro set e fechou com tranquilidade. Mas Levajac voltou a dominar a mesa na sequência e levou o confronto para o desempate.

Além dos gritos do sérvio, Calderano precisou superar também as decisões controversas da árbitra argentina Carolina Miguez, que apontava irregularidades seguidas no saque do brasileiro. Ao final, valeu a maior categoria do melhor mesa-tenista das Américas, que retribuiu com muitos gritos e caretas em direção ao adversário, fora de sua característica habitual.

Tsuboi e Calderano sofrem

O sofrimento continuou no duelo seguinte, de Gustavo Tsuboi contra Marko Jevtovic. O sérvio venceu o primeiro set e também dominou o segundo, com o brasileiro tendo dificuldades para encaixar o seu jogo. Na terceira parcial, reagiu, utilizando como principal arma o seu saque.

A recuperação continuou no set seguinte, com Tsuboi vencendo novamente. Tudo igual e o confronto seguiu para o desempate. Duríssimo, com Jevtovic comandando o placar na maior parte do tempo e o brasileiro mantendo-se próximo. No finalzinho, tudo igual e nenhum dos dois atletas conseguia a vantagem para fechar, até que o sérvio conseguiu a vitória, por 3 a 2 (8/11, 8/11, 11/8, 11/6 e 13/15).

Não havia outra alternativa para o Brasil seguir na competição. Calderano precisava bater Zsolt Peto e entregar para Vitor Ishiy buscar a classificação. O Top 10 do ranking continuou tendo trabalho. Venceu o primeiro set apertado, por 11 a 9 e teve uma vitória mais folgada na sequência.

No duelo que se desenhava o mais tranquilo da madrugada, Peto reagiu. Passou a ser mais agressivo e levou a melhor na terceira parcial. Na quarta, manteve-se próximo no placar e virou no finalzinho, contando com alguns erros de Calderano.

Mais um tie-break para testar os corações brasileiros. Com um início nada promissor. Peto chegou a abrir 3 a 1, mas Calderano soube manter o foco e virou, abrindo boa vantagem de cinco pontos. O sérvio ainda buscou a reação, mas foi vencido por 3 a 2 (11/9, 11/4, 9/11, 9/11 e 11/8).

Vitor Ishiy debutou em Tóquio e jogou muito bem © Cheng Howe Seet / ITTF

Nas mãos do estreante

Cabia ao estreante em Jogos Olímpicos a decisão. Vitor Ishiy, que estava debutando na Olimpíada contra os sérvios, enfrentaria o abusado Dimitrije Levajac. No Pré-Olímpico, diante da Argentina, ele também decidiu, vencendo o quinto confronto e garantindo a vaga do time masculino em Tóquio.

Ishiy deu conta do recado. Venceu por 11 a 6 a primeira parcial; soube virar no segundo set e repetiu o placar; e conseguiu uma virada fantástica, quando perdia por 10 a 6 o terceiro set, fechando o jogo em 3 a 0 (11/6, 11/6 e 14/12).

“Muito feliz de fazer parte dessa equipe e chegar nas quartas. Não dava nem para imaginar fazer uma estreia assim. Me sinto bem de contribuir para a equipe dessa forma. Sabia que seria duro, tanto para o Gustavo quanto para o Hugo, depois de terem jogado o individual é difícil voltar 100%. Agora, vamos tentar descansar para amanhã”, disse Vitor Ishiy.

Seleção feminina

A Seleção Brasileira feminina de tênis de mesa disputou sets bem equilibrados diante de Hong Kong, Top 5 do ranking mundial, nas oitavas de final. Carol Kumahara venceu uma partida, e as brasileiras brigaram em todos os jogos, mas acabaram superadas pelas asiáticas, mais regulares em toda o confronto, por 3 a 1, em jogo encerrado na tarde deste domingo, 1, no Ginásio Metropolitano de Tóquio. Com o resultado, o tênis de mesa feminino do Brasil se despediu dos Jogos.

O destaque do time foi para Carol Kumahara que venceu Lee Ho Ching. A brasileira não se intimidou com a responsabilidade. Abriu 6 a 1 no placar, segurou a reação da asiática e teve frieza para fechar em 11 a 8.

“Estou muito feliz, consegui jogar muito bem. Foi uma longa espera aqui, não é fácil o primeiro jogo e ter jogado nesse nível foi muito bom. No Pan também foi assim, o que me deu confiança. Foi desafiador, a exigência de nível era muito alta. Conseguimos enfrentá-las de igual para igual e isso mostra a nossa evolução”, analisou Carol Kumahara, que fez sua primeira participação em Tóquio.

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