Ana Marcela conquista ouro inédito na maratona aquática em Tóquio

Ana Marcela conquista ouro inédito na maratona aquática em Tóquio

A conquista coroa a trajetória apoteótica da nadadora da Unisanta, instituição de ensino superior responsável por alavancar sua carreira desde 2007

Por Helena Sbrissia / Global Sports
4 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)

A quarta medalha de ouro do Time Brasil foi conquistada por Ana Marcela Cunha na maratona aquática. A baiana de 29 anos terminou a prova de 10km em 1h59min30s08 no Odaiba Marine Park, consagrando sua longa e vitoriosa carreira com um dos únicos títulos que lhe faltavam. Ela é dona de 11 medalhas em campeonatos mundiais de esportes aquáticos.

Essa é a segunda medalha que o Brasil conquista na maratona aquática desde Pequim 2008, quando a modalidade foi incluída nos Jogos Olímpicos. No Rio 2016, Poliana Okimoto conquistou o bronze. Ana Marcela, que estreou nas Olimpíadas junto com o esporte que pratica, finalmente teve seu esforço recompensado.

“Finalmente! Por mais nova que eu fui em 2008, esse é meu quarto ciclo olímpico. Vindo de uma frustração muito grande com uma não classificação, uma frustração no Rio. Acreditem nos seus sonhos. Fiz a minha prova e aprendi a ser feliz. Fui feliz fazendo o que eu amo e foi tudo bem”, foram as palavras da atleta após ganhar a prova.

A holandesa Sharon van Rouwendaal, medalhista de ouro no Rio 2016, levou a prata, enquanto o bronze ficou com a australiana Kareena Lee. Esta é a terceira edição de Olimpíadas de que Ana Marcela participa. Depois de algumas frustrações, como terminar na quinta colocação em Pequim, não se classificar para Londres e terminar em décimo lugar no Rio, ela alcançou a glória olímpica.

Em seu quarto ciclo olímpico, Ana Marcela soube superar as adversidades e atingiu seu objetivo © Jonne Roriz / COB

“Eu soube lidar muito bem com essas perdas. Não ter alcançado alguns resultados só me deu mais motivo e mais gana para conquistar essa medalha. Foram momentos importantes da minha carreira, passar por tudo que passei para chegar nessa medalha. Não me incomoda nem um pouco falar disso porque sei do que sou capaz e isso aqui é a prova.”

Ana Marcela manteve-se na frente desde o começo, mas nem sempre entre as três primeiras colocadas, para poupar a energia de que iria precisar na reta final. Ela conseguiu vencer com quase um corpo de vantagem.

Além de agradecer aos familiares, ela fez questão de mencionar sua gratidão ao clube do qual faz parte desde 2007, o Unisanta, da Universidade Santa Cecília, de Santos (SP). Graças a esse apoio e ao salário pago à atleta, seus pais conseguiram largar o trabalho que tinham na Bahia para acompanhar a filha em sua trajetória que, no dia 3 de agosto de 2021, ficou marcada na história do esporte.

Mulheres do Time Brasil batem recorde em Olimpíadas

Após a conquista do ouro por Ana Marcela Cunha, as representantes do Brasil chegaram à incrível marca de oito medalhas numa única edição de Olimpíada – três ouros, duas pratas e dois bronzes. Além disso, há mais um pódio garantido por Beatriz Ferreira (60kg), que disputa a semifinal do boxe.

Na base do Time Brasil em Chuo, Ana Marcela exibe o ouro conquistado em Tóquio © Jonne Roriz / COB

O recorde histórico era de sete pódios, que foram conquistados em Pequim 2008 pelo vôlei feminino e Maurren Maggi (ouro), pelo futebol feminino (prata), e por Natália Falavigna, Isabel Swan/Fernanda Oliveira, Ketleyn Quadros e o revezamento 4x100m do atletismo (bronze).

A primeira medalha feminina do Brasil foi conquistada em 1996, no vôlei de praia. Desde então, a representação feminina já foi responsável por nove ouros, nove pratas e 16 bronzes.

Apesar de esta não ser a delegação brasileira com a maior presença feminina da história, em termos de resultado a campanha é a mais expressiva. Além das medalhas já garantidas, o Brasil ainda tem chances no vôlei de quadra e na marcha atlética, com Érica Sena.

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