O Comitê Olímpico Internacional cancelou os direitos da IBA de organizar os eventos de boxe nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 devido a preocupações contínuas com questões de governança, do sistema de arbitragem e finanças da organização
Por Michael Houston / Inside the Games
25 de junho de 2022 / Curitiba – PR
A medida inclui eventos de qualificação para os Jogos, o que significa que esta será a segunda Olimpíada consecutiva em que o COI organizará eventos sem a Federação Internacional de Boxe.
Nesta sexta-feira (24), o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu que a Associação Internacional de Boxe (IBA) ficará mais uma vez fora da organização de seu próprio torneio nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, como já havia ocorrido nos Jogos de 2020, em Tóquio.
“No interesse dos atletas e da comunidade do boxe”, as classificações e provas olímpicas “não serão realizadas sob a autoridade da IBA”, disse Kit McConnell, diretor de esportes do COI.
As preocupações reveladas pelo COI incluíam as finanças da IBA, sistema de arbitragem e julgamento, bem como a sua governança.
A organização olímpica continua “muito preocupada”, como há três anos, “com a governança, o sistema de arbitragem e as finanças” da instância não governamental do boxe, explicou McConnell.
A recente reeleição do presidente da IBA, o russo Umar Kremlev, foi contestada pelo Tribunal Arbitral do Esporte, e o COI está ainda mais preocupado com a “dependência financeira” da federação em relação à gigante russa de gás Gazprom. Contudo, McConnell, afirmou que o recente caso do Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) contra o presidente da IBA, foi a gota d’água.
McConnell acrescentou que o COI não decidiu o formato da força-tarefa do boxe para Paris, ou se teria semelhanças com a usada nos Jogos de Tóquio, mencionando que uma proposta seria enviada de volta ao Conselho Executivo para aprovação.
Problema antigo
Em maio de 2019, a IBA (então chamada AIBA) se tornou a primeira federação internacional impedida de organizar seu próprio esporte nas Olimpíadas de Tóquio.
A preparação das competições foi confiada a um grupo de trabalho presidido pelo japonês Morinari Watanabe, membro do COI e presidente da Federação Internacional de Ginástica.
Esse comitê “garantiu condições de competição justas e equitativas”, afirma o COI, enquanto vários torneios olímpicos de boxe foram marcados no passado por suspeitas de corrupção de juízes e árbitros, desde os Jogos de 2004, em Atenas, até os do Rio de Janeiro, em 2016.
Embora o boxe esteja garantido na programação de Paris 2024, sua presença nos Jogos de 2028, em Los Angeles, ainda não foi decidida.
Em resposta, o IBA disse que estava “profundamente decepcionada” com a decisão e acrescentou que levaria tempo para “avaliar cuidadosamente os próximos passos”.