Viola Amherd eleva o tom e pressiona o COI sobre suspensão das atividades das autoridades russas e bielorrussas

Viola Amherd eleva o tom e pressiona o COI sobre suspensão das atividades das autoridades russas e bielorrussas

Apesar da já existente recomendação de banimento dos atletas e oficiais de ambos os países, a ministra da Suíça pede “um passo a mais” em relação ao delicado tema que expõe a presença de russos no alto comando do Comitê Olímpico Internacional

Fonte Patrick Burke / Inside the Games
18 de abril de 2022 / Curitiba (PR)

Viola Amherd, a ministra do Esporte da Suíça, escreveu uma carta para Thomas Bach, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), para que as autoridades da Rússia e Bielorrússia sejam suspensas. Em recomendações anteriores, o COI orientou as federações internacionais a banirem atletas e oficiais de ambos os países de todas as competições por causa da invasão russa à Ucrânia. Com tudo, os membros russos do COI Shamil Tarpishchev e Yelena Isinbayeva – eleitos em 1994 e 2016 respectivamente – não perderam seus cargos.

As autoridades russas e bielorrussas continuam podendo servir nas comissões do COI, postura essa que foi seguida pela maioria das federações internacionais. Contudo, Amherd escreveu a carta para pressionar o COI a excluir as autoridades dos países de qualquer instância do esporte internacional. “A Suíça espera um sinal correspondente do mundo dos esportes”, disse Amherd, conforme relatado pelo Tages-Anzeiger.

Amherd, ainda, insistiu que o COI deveria dar mais um passo e que Bach deveria adotar uma postura mais dura. Sua carta aumenta significativamente a pressão sobre o COI para agir, após uma declaração de mais de 30 ministros do esporte no mês passado pedindo a exclusão de autoridades russas e bielorrussas de órgãos esportivos internacionais. Amherd é um dos sete membros do Conselho Federal Suíço, a mais alta autoridade executiva do país, e chefia o Departamento de Defesa, Proteção Civil e Esporte. A sede do COI fica em Lausanne, com vários órgãos governamentais esportivos também baseados na Suíça, o que eleva o nível da pressão exercida pela ministra.

O oficial russo Shamil Tarpishchev é membro do COI desde 1994 © Getty Images

A Swissinfo relata que a posição de Amherd foi apoiada pelo Escritório Federal Suíço de Esportes, cujo chefe de comunicações, Christoph Lauener, afirmou que o COI pode exercer uma pressão mais efetiva sobre as federações internacionais não-governamentais do que o Estado suíço. O COI, em resposta, relembrou todas as ações que foram tomadas após o início da guerra – como a exclusão da Rússia e Bielorrússia como rota de eventos e a retirada da ordem olímpica de Vladimir Putin, Dmitry Chernyshenko e Dmitry Kozak – e argumentou que elas foram suficientes.

“Essas decisões foram bem recebidas e seguidas pelo Movimento Olímpico e saudadas por um grande número de governos e autoridades públicas em todo o mundo”, disse o COI para o portal de notícias Inside the Games. “Ao promulgar essas decisões, o COI seguiu escrupulosamente o estado de direito e as sanções decretadas pela Suíça, juntamente com outros governos, indivíduos ou organizações, não por seu país de origem, mas por apoiar a guerra.”

O COI reitera que seus membros não servem como representantes de seus países de origem. Ao contrário, eles são eleitos como indivíduos e depois delegados ao papel de embaixadores olímpicos nas organizações esportivas de seu país. “O COI continuará a expor pessoas e organizações responsáveis ​​por esta guerra em violação da Trégua Olímpica. Ao mesmo tempo, o COI continua monitorando de perto a situação e se reserva o direito de adaptar as medidas dependendo de novos desenvolvimentos.”

Os comentários da ministra do esporte da Suíça, Viola Amherd, pressionam ainda mais o COI, que tem sede em Lausanne © Getty Images

O Fundo de Solidariedade para o movimento esportivo ucraniano totaliza mais de US$ 2 milhões segundo o COI. A organização justificou anteriormente sua posição sobre autoridades, incluindo membros do COI, alegando que suas recomendações “não são direcionadas contra atletas russos, autoridades esportivas russas ou organizações esportivas russas, que não estão participando da violação da trégua olímpica pelo governo russo.”

Vladimir Lisin, listado pela Forbes como o indivíduo mais rico da Rússia e sancionado pelo governo australiano este mês, permanece como presidente da Federação Internacional de Tiro Esportivo, apesar das crescentes exigências para que ele renuncie. Já o oficial russo Umar Kremlev é presidente da Associação Internacional de Boxe (IBA), com um congresso eletivo marcado para o próximo mês. A posição dos Comitês Olímpicos Europeus também está em desacordo com a do COI, com indivíduos russos e bielorrussos no Comitê Executivo ou nas comissões sendo “temporariamente” não convidados para as reuniões.

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