Hygor Gabriel, Max Batista e Lívia Avancini conquistaram vagas em Paris mas não foram considerados elegíveis pela World Athletics por não terem feito o número suficiente de testes antidoping surpresa antes da competição.
Por Erica Hideshima / ge
24 de julho de 2024 / Curitiba (PR)
O trio do Atletismo composto pelos brasileiros Hygor Gabriel, Max Batista e Lívia Avancini recebeu uma boa notícia nesta quarta-feira. Os três conseguiram uma liminar e estão aptos a participarem da Cerimônia de Abertura, nesta sexta-feira. Eles haviam conquistado o índice para disputar as Olimpíadas de Paris, mas não fizeram testes antidoping suficientes para se credenciarem para a competição.
O advogado Marcelo Franklin, contratado dos três atletas, especialista em arbitragens internacionais, explicou que o julgamento do caso ainda não foi marcado, mas será realizado na tarde desta quinta-feira ou neste domingo.
Segundo ele, uma alteração nos critérios de elegibilidade dos atletas ocorrido no fim do período qualificatório foi o responsável pela não-convocação dos brasileiros.
“Ela (a World Athletics, a Federação Internacional de Atletismo) altera as regras de elegibilidade para dizer que só vai poder participar quem tiver sido submetido a três testes antidopagem surpresa fora de competição num período de dez meses. Só que os dez meses começam a contar seis meses pra trás, ou seja, restariam quatro meses para realizar quase 500 testes antidopagem”, aponta.
O advogado explicou ainda que tanto a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), quanto a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) conseguiram realizar os testes nos demais atletas classificados para Paris, mas que Hygor Gabriel, Max Batista e Lívia Avancini, por circunstâncias excepcionais, não puderam ser integralmente testados no período exigido pela World Athletics.
“É uma situação realmente absurda, excluindo de jogos atletas limpos, que nunca testaram positivo, numa regra ilegal”, destaca o advogado.
Por lei, apenas a ABCD está autorizada a realizar teste antidoping no Brasil, com os recursos destinados à realização dos testes sendo publicados via Orçamento Federal.
O pedido da World Athletics, que determinou um maior número de testes dos atletas, teria vindo em data posterior à publicação do Orçamento de 2024, quando os recursos previstos já estavam destinados a um número menor de testes.
Hygor Gabriel, Max Batista e Lívia Avancini estão em Paris desde o início da semana, quando viajaram para tentar a liberação para disputar as Olimpíadas. Com a liminar, além de participarem da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, eles poderão também retirar as credenciais de atletas e também adentrar a Vila Olímpica.