Faltando menos de 200 dias para o início dos jogos, em 26 de julho, os organizadores correm para entregar instalações cujas obras estão atrasadas.
Por Gustavo Muñana / inside the games
12 de janeiro de 2024 / Curitiba (PR)
A postura oficial das autoridade francesas é que os preparativos estão dentro do cronograma e que Paris estará pronta para receber mais de 10 milhões de espectadores na abertura dos jogos.
Paris tem uma grande vantagem a esse respeito: a maioria das instalações já estava pronta quando a cidade foi eleita, em 13 de setembro de 2017, para sediar os Jogos Olímpicos pela terceira vez. Esta é uma das principais explicações apresentadas pelas autoridades.
De acordo com Nicolas Ferrand, CEO da Solideo, 84% do trabalho foram realizados, em comparação com os 89% planejados. No entanto, a empresa encarregada de entregar os locais e a infraestrutura para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 identificou uma série de problemas. Um deles é a segurança. Nos 70 locais que foram abertos, registraram-se 168 acidentes.
Houve atrasos em três áreas: no Grand Palais, em três edifícios da Vila Olímpica e na piscina Colombes, o centro de treinamento para natação sincronizada. Mas a defasagem é de apenas algumas semanas e não parece ameaçar a competição.
Em 11 de julho será inaugurado o centro esportivo La Chapelle, no norte da cidade, uma das poucas instalações construídas para esta edição, que acomodará 8 mil espectadores nos eventos de badminton (de 27 de julho a 5 de agosto) e de ginástica rítmica (de 8 a 10 de agosto).
O trabalho da arena, que mais tarde será usado pelo time de basquete de Paris, está dentro do cronograma. Em 1º de março começará o trabalho na Vila Olímpica, numa área com 51 hectares em três locais no norte da capital, que abrigará 14.500 atletas e será usada para habitação social após os jogos. Essa obra está atrasada, segundo Ferrand.
Alguns dias depois, serão concluídos os trabalhos no Centro Aquático, um edifício original em frente ao Stade de France e o único construído exclusivamente para os jogos, local das provas de natação e mergulho sincronizados. Os outros eventos de natação ocorrerão na Defence Arena, de propriedade da equipe local de rúgbi, que está sendo amplamente renovado para incluir uma piscina.
Cinco dias após a chama olímpica ser acesa, em 14 de abril, outro local se juntará à família Paris 2024: o Grand Palais. Construído para a Exposição Universal de 1900 (Paris sediou as Olimpíadas pela primeira vez naquele ano), este monumento, com sua impressionante cúpula transparente – uma façanha de engenharia na época – está em reforma há mais de três anos a um custo de 466 milhões de euros. Será o palco da esgrima (de 27 de julho a 4 de agosto) e do taekwondo (de 7 a 10 de agosto). O trabalho está atrasado, mas os organizadores não estão muito preocupados.
O Grand Palais é um símbolo do desejo de Paris de combinar monumentalidade com esporte. Isso também se vê em outras partes da cidade, como a Torre Eiffel e a Place de la Concorde, mas com instalações temporárias.
Paris se orgulha ainda de outro ponto que causou controvérsia no país: não houve grandes mudanças no orçamento de € 4,5 bilhões, dos quais € 1,72 bilhão de recursos públicos. De acordo com Ferrand, € 57,5 milhões foram reservados para cobrir quaisquer alterações nos planos originais.
Menos de 200 dias antes do início dos jogos, 7,6 milhões de ingressos para as competições já foram vendidos. Ainda é possível comprar alguns e, a partir de abril, quem já comprou poderá revendê-los e os que não forem adquiridos serão colocados de volta à venda.