Nuzman é condenado a 30 anos por corrupção, mas a defesa afirma que o juiz o condenou por esporte e sem provas

Nuzman é condenado a 30 anos por corrupção, mas a defesa afirma que o juiz o condenou por esporte e sem provas

Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e Leonardo Gryner, diretor-geral do Comitê Organizador Rio 2016, também foram condenados pelo juiz Marcelo Bretas

Por Paulo Pinto / Global Sports
26 de novembro de 2021 / Curitiba (PR)

A notícia que mais repercutiu no desporto nacional nesta quarta-feira foi a sentença imposta pelo juiz Marcelo Bretas ao ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, condenado a 30 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Apesar de condenado a regime fechado, o magistrado possibilitou que Nuzman recorra em liberdade.

A defesa de Carlos Arthur Nuzman se pronunciou por nota, por meio de seu advogado João Francisco Neto, que foi enfático. “O juiz condenou por esporte e sem provas. Nuzman será inocentado, seguramente. Os tribunais da República não irão prestigiar esta violência jurídica inominável”, disse o defensor.

Aos 79 anos, Nuzman era alvo da operação Unfair Play, que investigou a compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Em 2017, Nuzman e Leonardo Gryner, o diretor-geral do Comitê Organizador Rio 2016, foram presos pela Polícia Federal. Os dois eram investigados por envolvimento em suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI) para que o Rio de Janeiro fosse escolhido sede dos Jogos Olímpicos.

Segundo o Ministério Público Federal, nos últimos dez anos na presidência do COB Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, sem indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça.

Nuzman foi presidente do Comitê Olímpico do Brasil por longos 22 anos © Arquivo

Nuzman foi presidente do Comitê Olímpico Brasileiro por longos 22 anos. Em março de 2017, um jornal francês denunciou o pagamento de propinas a dirigentes do COI. De acordo com a investigação, os recursos teriam sido movimentados pelo empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur.

Duas semanas após a prisão, com um habeas corpus do STJ, Carlos Nuzman deixou a cadeia pública de Benfica para cumprir prisão domiciliar. No mesmo dia Nuzman virou réu com o ex-governador Sérgio Cabral.

Sérgio Cabral também é condenado

O ex-governador Sérgio Cabral Filho foi condenado a mais dez anos e oito meses de prisão por corrupção passiva. Cabral foi governador do Estado do Rio entre 2007 e 2014. A cidade do Rio de janeiro foi anunciada como sede dos Jogos Olímpicos em outubro de 2009.

Preso desde 2016, o ex-governador do Rio de Janeiro já havia sido condenado a 346 anos, 9 meses e 16 dias de prisão. Esta é a 19ª sentença proferida contra o político. Já Leonardo Gryner foi condenado a 13 anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e organização criminosa.

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