Coordenador de seleções olímpicas da CBTM falou sobre calendário atípico de 2021 e avaliou recentes mudanças nas comissões técnicas
Por Nelson Ayres e José Augusto Assis (Fato & Ação) / CBTM
6 de janeiro de 2022 / Curitiba (PR)
A pandemia trouxe mudanças significativas no mundo, e na nossa modalidade não foi diferente. A temporada de 2021 marcou um calendário denso, de retomada de atividades, e que acabou reservando grandes marcas para a tênis de mesa brasileiro. Diante disso, o coordenador de seleções olímpicas da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Lincon Yasuda, avaliou como foi o ano recém-terminado e contou o que mais deseja para o período que acaba de começar.
Apesar de ter sido atípica, a temporada de 2021 trouxe resultados históricos para o tênis de mesa nacional. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio (que foi remarcado para um ano depois do que deveria ocorrer por conta da pandemia), Hugo Calderano alcançou as quartas de final do megaevento, feito jamais visto pelo tênis de mesa do Brasil.
Outro acontecimento inédito para o país também foi alcançado pelo número 4 do mundo. Ele chegou às quartas de final dos Campeonato Mundial, realizado em Houston, nos Estados Unidos, em novembro do ano passado. Para Lincon Yasuda, o seu maior anseio para a nova temporada é que outras marcas excepcionais possam ser protagonizadas pelos brasileiros no ano que inicia.
“O desejo é que a gente continue a escrever novos capítulos, a seguir fazendo história. Conseguimos resultados importantes em 2021, tivemos o melhor resultado em Jogos Olímpicos de todos os tempos, chegamos mais perto de conquistarmos uma medalha olímpica e no Mundial. De passo a passo, estamos caminhando, e o meu principal desejo é que continuemos conseguindo resultados importantes para alcançarmos essas medalhas inéditas”, revelou Yasuda.
Mesmo com um ano saboroso em relação aos resultados, o coordenador lembrou dos desafios apresentados em um período de retomada dos eventos nacionais e internacionais. Desde o planejamento ao acúmulo de competições no segundo semestre, tudo tornou 2021 mais desafiador.
“Não dá para dizer que foi um ano normal. Nós tivemos muitas informações e ações diferentes que tivemos de executar, principalmente em relação ao planejamento de viagens e às exigências dos protocolos de competições e de entrada em outros países. Tivemos, depois dos Jogos Olímpicos, um acúmulo de competições, todas elas acontecendo ao mesmo tempo, então foi muito corrido. Porém, esses torneios foram importantes, precisamos deles”, contou.
Para a próxima disputa da Olimpíada, que acontecerá em Paris, na França, todos os atletas terão um período mais curto de preparação para o megaevento, que está marcado para 2024. Yasuda acredita que o ciclo olímpico atual vai dar prosseguimento ao ocorrido no anterior.
“Observando os ciclos, é possível dizer que o ciclo atual é uma continuação do de Tóquio. Não podemos tomar como referência os outros ciclos, que tiveram quatro anos de intervalo, com o de agora, pois houve um período maior de recuperação dos atletas. Tivemos competições muito importantes logo em seguida da Olimpíada, como o Mundial e o Pan-Americano, então a gente tem uma continuidade, temos de enxergar a preparação para Paris como uma continuação”, avaliou.
Mudanças na comissão técnica
A Seleção Brasileira já vai começar a temporada atual com uma mudança na comissão técnica. Para o lugar de Hugo Hoyama, que atualmente exerce a função de embaixador do tênis de mesa brasileiro, no comando da equipe feminina foi anunciado o treinador Hideo Yamamoto.
“Ele já tem uma grande experiência como jogador, foi um atleta muito importante para a Seleção Brasileira e está há anos trabalhando conosco em São Caetano do Sul (SP). Ele vem acompanhando as mais jovens (Giulia Takahashi e Laura Watanabe) desde a categoria mirim. Para elas, vai ser uma continuidade do trabalho”, disse Lincon Yasuda.
“Além disso, o Hideo é um nome bem-quisto pelas meninas que já estão na Seleção (Bruna Takahashi, Caroline Kumahara e Jessica Yamada). Ele vai com uma energia muito boa e renovada, é um técnico jovem e com grande bagagem, que vai acrescentar bastante no crescimento da equipe feminina”, elogiou o coordenador.
O novo técnico vai fazer parte de uma nova formatação implantada pela confederação, em que os treinadores deixarão de atuar somente em momentos pontuais (em competições, por exemplo) e serão funcionários da entidade. Além de Yamamoto, vão fazer parte: Francisco Arado, o Paco (treinador da Seleção masculina), Lígia Silva (Seleção de base feminina) e Jorge Fanck (Seleção de base masculina). Sobre os dois últimos, Yasuda revelou qual vai ser o principal benefício da medida e da integração entre as Seleções.
“A gente tinha essa necessidade de ter um planejamento continuado. A Lígia e o Fanck vão fazer essa ponte das revelações com a Seleção adulta. Essa ideia de que vamos ter uma sequência do trabalho desde a detecção até a fase competitiva vai ser fundamental”, concluiu.