A IBA busca recuperar seu prestígio e intensifica a pressão política, apelando diretamente a Trump para intervir na situação.
Por Víctor García / Sportsin
28 de janeiro de 2025 / Curitiba, PR
A Associação Internacional de Boxe (IBA) enviou uma carta a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, pedindo sua intervenção para garantir a inclusão do boxe nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. O pedido acontece em um momento delicado, após a exclusão da modalidade do programa olímpico devido a problemas relacionados à governança, ética e arbitragem dentro da IBA. Essa abordagem direta a Trump representa uma tentativa inédita de contornar o Comitê Olímpico Internacional (COI) e explorar um caminho político para reverter a situação.
A IBA foi suspensa pelo COI em 2019 e perdeu a responsabilidade de organizar o boxe nos Jogos Olímpicos. Desde então, o próprio COI assumiu a organização do esporte em Tóquio 2020 e Paris 2024, mas já deixou claro que não pretende continuar com essa função nos Jogos de Los Angeles 2028. Apesar de o boxe ainda não estar completamente excluído, ele não foi incluído no plano inicial do programa olímpico, e o COI espera que uma nova federação internacional assuma a responsabilidade de reintroduzir a modalidade.
Boxe segue em um limbo olímpico
A World Boxing, uma nova federação que busca liderar o boxe olímpico, já conquistou o apoio de 60 países e trabalha para obter o reconhecimento oficial do COI. Enquanto isso, a IBA, que conta com forte apoio russo, insiste em retomar seu lugar no cenário olímpico e intensificou seus esforços políticos, chegando ao ponto de apelar diretamente a Trump.
Em uma carta aberta ao ex-presidente dos Estados Unidos, a IBA afirmou:
“Seria muito apreciado se sua equipe analisasse essa situação. É nossa sincera esperança que o boxe faça parte do programa de Los Angeles 2028 e se torne uma demonstração do amor genuíno pelo esporte nos Estados Unidos e entre fãs ao redor do mundo.”
Questão de gênero em Paris 2024
O pedido da IBA a Trump também incluiu um posicionamento sobre a “participação de atletas incompatíveis”, um tema que gerou polêmica nos Jogos de Paris 2024. Na ocasião, as boxeadoras Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan, conquistaram medalhas de ouro mesmo após terem sido desqualificadas pela IBA em 2023. A entidade alegou que ambas não atendiam aos critérios exigidos para as competições femininas.
A carta completa está disponível AQUI.
Trump e o boxe: uma relação antiga
Trump, que já teve experiência como promotor de boxe na década de 1990, estará no cargo de presidente dos Estados Unidos durante os Jogos de Los Angeles 2028. Sua relação com o esporte e seu histórico podem ser fatores importantes para influenciar a decisão sobre o retorno do boxe ao programa olímpico.
A luta pelo futuro do boxe nos Jogos continua. Atletas de destaque e diversas entidades nacionais estão se mobilizando para garantir a permanência da modalidade, que faz parte da tradição olímpica desde 1904.
O boxe passou a fazer parte do programa olímpico em 1904, na terceira edição dos Jogos Olímpicos modernos, realizados em St. Louis, Estados Unidos. Desde então, o esporte se tornou uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos, embora tenha sido excluído dos Jogos Olímpicos de 1912 em Estocolmo, devido a proibições locais relacionadas ao boxe.