O Comitê Olímpico Internacional emitiu outra advertência para a Associação Internacional de Boxe, fundamentando que a reforma da entidade ainda não alcançou um nível satisfatório
Por Liam Morgan / Inside the Games
20 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)
Em uma carta a Umar Kremlev, presidente da AIBA, o diretor geral do Comitê Olímpico internacional (COI) Christophe De Kepper afirmou que a participação do boxe no programa olímpico de Paris 2024 está sob ameaça, pois a e International Boxing Association, não conseguiu implementar várias das reformas exigidas pela entidade olímpica. Em junho de 2019 a AIBA foi intimada pelo COI a prestar esclarecimentos sobre as áreas que a levaram a ser suspensa como órgão dirigente.
“Considerando as muitas pendências não resolvidas, o Conselho Executivo do COI solicitou ao diretor geral e ao diretor de ética e conformidade da entidade que acompanhassem a situação da AIBA e analisassem todos os elementos solicitados, bem como os resultados dos vários especialistas independentes”, escreveu De Kepper.
Em resposta à carta, a AIBA disse que “está trabalhando em uma reforma abrangente há algum tempo e é grata pelo reconhecimento público do COI de que um passo à frente foi dado em termos de boa governança, conforme confirmado pela Associação das Federações Internacionais dos Jogos Olímpicos de Verão (ASOIF). Reformas abrangentes já estão em andamento em termos de integridade financeira, boa governança e integridade esportiva, incluindo todas as áreas mencionadas pelo COI e muito mais. A AIBA está confiante de que essas reformas farão a AIBA atender e até mesmo exceder os critérios estabelecidos pelo COI para a reintegração.”
Kremlev está tentando reformar a federação desde a substituição de Gafur Rakhimov em dezembro do ano passado, cujo mandato malfadado foi marcado por ele estar na lista de sanções do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos como um dos principais criminosos do Uzbequistão.
O presidente da AIBA contratou especialistas independentes, como Richard McLaren, para investigar denúncias de corrupção nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro e ajudar a liquidar sua dívida considerável. O COI, contudo, solicitou que a AIBA forneça “detalhes confirmados sobre a resolução do endividamento e os termos de qualquer contrato de patrocínio.”
O COI disse ter sido “informado de uma série de reclamações sobre o julgamento e arbitragem do Campeonato Mundial Juvenil da AIBA e do Campeonato Asiático realizado no início deste ano”, que estão sendo investigados por McLaren. O advogado canadense deve entregar seu relatório antes do final do mês.
O Comitê Olímpico também afirmou que “não foi possível encontrar nenhuma integração significativa” das melhores práticas sugeridas pela força tarefa de boxe do COI, que organizou o torneio de boxe em Tóquio 2020 na ausência da AIBA.
“Gostaríamos, portanto, de receber os comentários detalhados até o final de setembro de 2021, documentando claramente quais elementos dos regulamentos da força tarefa relacionados aos processos de arbitragem e julgamento serão refletidos nos próximos Campeonatos Mundiais da AIBA, incluindo aqueles mencionados acima”, escreveu De Kepper.