Mulher que morreu espancada por fisiculturista tinha medo, diz amiga

Mulher que morreu espancada por fisiculturista tinha medo, diz amiga

Em prints incluídos no inquérito policial, Marcela Luise relatou que era insultada pelo companheiro e temia deixar o relacionamento

Por Luiza Lopes / Perfil Brasil
12 de junho de 2024 / Curitiba (PR)

Marcela Luise de Souza Ferreira, que morreu após ser hospitalizada com sinais de espancamento pelo fisiculturista Igor Porto Galvão em Aparecida de Goiânia, expressou a uma amiga seu medo de ser morta pelo companheiro.

Em prints incluídos no inquérito policial, ela relatou que era insultada pelo fisiculturista e temia deixar o relacionamento, afirmando: “Medo de sair da relação. Medo dele me matar. Gosto muito dele, mas tenho medo. É muito difícil para mim, isso me corrói por dentro”, destacando sua tristeza com a situação.

A Polícia Civil relatou que Igor levou Marcela ao hospital em 10 de maio, alegando que ela havia caído. Ela foi diagnosticada com traumatismo craniano, oito costelas quebradas e outros ferimentos graves, falecendo em 20 de maio. O fisiculturista foi indiciado por feminicídio e tornou-se réu pelo crime.

Os advogados de Igor lamentaram a morte de Marcela, mas negaram as acusações. Eles expressaram confiança na instrução criminal e anunciaram a intenção de solicitar a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas.

Marcela deixou uma filha de cinco anos, fruto do relacionamento com o fisiculturista. Sua tia revelou que eles se conheceram na adolescência e retomaram o relacionamento quando adultos. Além dos graves ferimentos, ela teve tufos de cabelo arrancados pela raiz e múltiplos ferimentos corporais.

Fisiculturista tinha intenção de matá-la, aponta investigação

O caso foi investigado pela delegada Bruna Coelho, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia. Em entrevista à TV Anhanguera, a investigadora relatou que a polícia foi alertada pelo hospital após o incidente.

“Realizamos uma perícia na residência do casal e ouvimos várias testemunhas “, explicou Coelho, acrescentando que acredita que o fisiculturista agrediu a mulher e a levou ao hospital.

A delegada afirmou que o laudo da perícia na casa e o exame de corpo de delito reforçam a suspeita de espancamento. Segundo ela, as lesões encontradas são inconsistentes com uma queda da própria altura, versão apresentada pelo suspeito.

“Não há dúvidas que a intenção dele era realmente matar a companheira. Pelos elementos que nós colhemos, observamos que as lesões são totalmente incompatíveis com uma queda da própria altura, chegando o perito médico legista a dizer que são compatíveis até mesmo com acidentes automobilísticos “, destacou a delegada.

Após o indiciamento, o fisiculturista tornou-se réu pelo assassinato da companheira. A defesa de Igor Porto afirmou, em nota, que não foi surpreendida pela decisão da Justiça em acatar a denúncia.

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