Ex-número 1 de duplas está desaparecida desde que denunciou o ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli de abuso sexual
Por Bandsports e Agência Brasil
21 de novembro de 2021 / Curitiba (PR)
Uma comoção a respeito do paradeiro da estrela de tênis chinesa Peng Shuai se intensificou quando a Associação de Tênis Feminino (WTA) disse estar preparada para retirar torneios da China em reação ao caso, o que levou um editor influente da mídia estatal da China a criticar a organização por usar um “tom coercitivo”.
Ex-número 1 do mundo no ranking de duplas, Peng não é vista ou ouvida em público desde que disse em redes sociais chinesas no dia 2 de novembro que o ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli a forçou a fazer sexo e que mais tarde eles tiveram um relacionamento consensual ocasional.
Nem Zhang nem o governo chinês comentou a alegação. A postagem de Peng foi apagada rapidamente e o tópico está bloqueado para debates na internet chinesa altamente censurada.
A preocupação na comunidade global do tênis a respeito da segurança e do paradeiro de Peng cresce desde a acusação, e a WTA pediu uma investigação. Algumas das maiores tenistas do mundo, como Serena Williams e Naomi Osaka, assim como o Comitê Olímpico Alemão, se posicionaram e tuitaram #WhereIsPengShuai (onde está Peng Shuai?).
“Estou arrasada e chocada ao saber das notícias de minha colega Peng Shuai. Espero que ela esteja segura e seja encontrada o mais rápido possível. Isso deve ser investigado, e não devemos ficar calados. Enviando amor para ela e sua família durante este momento incrivelmente difícil”, escreveu Serena.
O tema emerge no momento em que a China se prepara para sediar a Olimpíada de Inverno de Pequim em fevereiro em meio a pedidos de boicote de grupos ativistas em reação ao histórico de direitos humanos do país. O Comitê Olímpico Internacional (COI) não comenta o caso Peng, dizendo acreditar que uma “diplomacia silenciosa” oferece a melhor oportunidade de uma solução.