Brasileiro conquistou a medalha ao atingir a marca de 12,63m, 16cm a mais do que o recorde mundial de 2017
Fonte GE
27 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)
Foram seis tentativas para escrever o nome na história do arremesso de peso paralímpico. As primeiras rodadas haviam garantido a liderança parcial, mas foi na última investida que Wallace Antônio de Oliveira dos Santos, ao quebrar o recorde mundial da classe F55, para atletas cadeirantes, garantiu mais um ouro para o atletismo brasileiro nas Paralimpíadas de Tóquio.
O título foi conquistado com a marca de 12,63m, 16cm a mais do que o recorde anterior, pertencente a Ruzhdi Ruzhdi desde 2017. O búlgaro desta vez ficou com a prata (12,19m), e o polonês Lech Stoltman (12,23m) completou o pódio com o bronze.
Este foi o quarto ouro do atletismo brasileiro nas Paralimpíadas de Tóquio apenas no primeiro dia de competições. Pela manhã, no horário do Japão, Silvânia Costa foi bicampeã do salto em distância T11, enquanto Yeltsin Jacques venceu os 5.000m. Na sessão noturna, Petrúcio Ferreira foi bicampeão dos 100m T47, prova em que o Brasil também foi bronze com Washington Júnior.
Na classe T55 do arremesso de peso paralímpico os atletas fazem todos os seis arremessos em sequência antes que a vez passe para o adversário seguinte. Wallace foi o segundo na ordem da final. Começou bem, com um arremesso de 12,15m, que o colocou direto na liderança. Após queimar a segunda tentativa, ele superou a barreira dos 12m em três das quatro últimas chances. Na final fez a marca que o consagraria, 12,63m.
Como estava escalado no começo da disputa, Wallace exercitou a paciência e teve que segurar a ansiedade enquanto outros seis adversários – dentre eles Ruzhdi – estabeleciam suas marcas. Lech e Ruhzdi foram o penúltimo e o último a arremessarem, respectivamente, e subiram para a terceira e segunda posições, sem ameaçar o recorde e o ouro do brasileiro.
Décimo colocado na Rio 2016, Wallace foi campeão nos Jogos Parapan-Americanos de Lima. A lesão dele foi decorrência de um grave acidente de trabalho sofrido em 2007. Ele trabalhava em uma empresa de ônibus e estava embaixo de um macaco hidráulico que não suportou o peso de um dos veículos e cedeu. Ele fraturou uma vértebra da coluna e ficou paraplégico, o que o tornou elegível para competir na classe T55 quando ele conheceu o esporte paralímpico.