Time Brasil faz melhor campanha da história nos quatro primeiros dias dos Jogos de Tóquio 2020

Time Brasil faz melhor campanha da história nos quatro primeiros dias dos Jogos de Tóquio 2020

Em final inédita do surf, Ítalo Ferreira garante o primeiro ouro do Time Brasil no Japão e o país salta da 52ª colocação para a 11ª no quadro de medalhas

Por Helena Sbrissia / Global Sports
27 de julho de 2021 / Curitiba (PR)

Com o fim do quarto dia dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil chegou à marca de cinco medalhas. Esse é o melhor início da história do Time Brasil em uma Olimpíada, com um ouro, duas pratas e dois bronzes. Na Rio 2016, por exemplo, o país só atingiu essa marca no oitavo dia da competição.

Ao subir no pódio, Fernando Scheffer repetiu o feito de Gustavo Borges em Atlanta 1996 e garantiu a segunda medalha olímpica brasileira nos 200m livres © CBDA

A maior explicação para isso é a estreia olímpica de duas categorias em que o Brasil tem muita tradição: o skate e o surf. O primeiro já havia conquistado duas pratas, com Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, que entraram para a história. O surf, por sua vez, foi responsável pela primeira medalha de ouro da delegação brasileira no quarto dia dos Jogos.

Ítalo Ferreira, de 27 anos, tornou-se nessa segunda-feira (26) o primeiro campeão olímpico da história do surf. Após um início complicado com direito a prancha quebrada, o surfista potiguar conquistou o ouro olímpico no mar de Tsurigasaki com facilidade sobre o japonês Kanoa Igarashi, fazendo uma somatória de 15,14 pontos contra 6,60.

As finais foram adiantadas em um dia devido à ameaça de um tufão, dando boas condições para os surfistas na competição. Gabriel Medina, a outra promessa do Brasil na modalidade, perdeu na decisão pelo bronze para o australiano Owen Wright.

Após um início complicado, o surfista potiguar conquistou o ouro olímpico no mar de Tsurigasaki com enorme vantagem sobre do japonês Kanoa Igarashi © Jonne Roriz / COB

A segunda-feira também foi marcada por uma conquista de medalha de bronze. Fernando Scheffer, de 23 anos, subiu ao pódio pelos 200m livres mesmo após ter o pior tempo entre os classificados nas semifinais (1 minuto, 45 segundos e 71 centésimos).

Na disputa pelo terceiro lugar, compensando o tempo anterior, ele conseguiu a marca que ficou estabelecida como um novo recorde sul-americano: 1 minuto, 44 segundos e 66 centésimos. Ele ficou atrás apenas de Tom Dean, que conseguiu a medalha de ouro, e Duncan Scott, que angariou a prata. Ambos são britânicos.

Ao subir no pódio, o gaúcho repetiu o feito de Gustavo Borges em Atlanta 1996 e garantiu a segunda medalha olímpica brasileira nos 200m livres nadando em uma raia do canto. Enquanto Borges chegou ao segundo lugar nadando na raia 1, Scheffer realizou a façanha na raia 8 – considerada, inclusive, uma das piores pelos especialistas.

Desde 2018 Fernando Scheffer é atleta ao Minas Tênis Clube de Belo Horizonte © Satiro Sodré/CBDA

Ele, contudo, discorda: “eu gosto de nadar nas raias da ponta porque faz parte da minha estratégia focar na minha prova. Eu imagino que estou na piscina sozinho, como se fosse uma tomada de tempo no clube.”

Scheffer é atleta ao Minas Tênis Clube desde 2018. Boa parte de sua preparação foi realizada no Centro de Treinamento Esportivo da UFMG, que mantém parceria com o clube desde outubro do ano passado. Isso garante ao atleta acesso à piscina, à sala de musculação e até ao intercâmbio técnico com a equipe do CTE.

A ótima preparação garantida pela parceria entre o Minas Tênis Clube e a UFMG garantiu a glória ao gaúcho, que se destacou com a primeira medalha na categoria dos 200m livres em 25 anos.

Ítalo Ferreira conquistou o primeiro ouro do Time Brasil em Tóquio © Jonne Roriz / COB

As duas conquistas no dia 26 de julho garantiram à delegação brasileira um salto memorável no quadro geral de medalhas – do 52º, o Time Brasil chegou a 11ª posição. Todo o preparo técnico nos últimos quatro anos e meio, após os Jogos Olímpicos de 2016, está dando excelentes frutos para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), que, apesar da pandemia, desenvolveu excelente planejamento técnico, oferecendo a infraestrutura ideal para os atletas.

Em 2016, o Brasil obteve a 13ª colocação no quadro geral de medalhas totalizando 19 pódios com sete ouros, seis pratas e seis bronzes. De acordo com as projeções, mesmo com alguns favoritos perdendo em suas modalidades neste início de competição, o time brasileiro tem grandes chances de superar a melhor campanha da história dos Jogos.

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