Rodolpho Riskalla conquista medalha de prata inédita para o Brasil no hipismo paralímpico em Tóquio 2020

Rodolpho Riskalla conquista medalha de prata inédita para o Brasil no hipismo paralímpico em Tóquio 2020

O país já havia angariado quatro bronzes em Londres 2012 e no Rio 2016. A modalidade, agora, soma cinco medalhas

Fonte GE e UOL
26 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)

O cavaleiro Rodolpho Riskalla garantiu, nesta quinta-feira (26), uma prata inédita para o Brasil no hipismo dos Jogos Paralímpicos. O paulista de 37 anos ficou com o segundo lugar no adestramento grau quatro (movimentações com limitações), no parque equestre Koji Baen, em Tóquio. Montando o cavalo Don Henrico, de 18 anos, ele ficou com 74,659% de aproveitamento. Até hoje, o país só tinha quatro bronzes.

Como o torneio é misto, competem homens e mulheres, que dominaram o pódio. O ouro ficou com a holandesa Sanne Voets, que montou Demantur e anotou 76,585%. Já o bronze foi angariado pela belga Manon Claeys, que montou San Dior e teve aproveitamento de 72,853%. Ao todo, eram 15 cavaleiros e amazonas.

Medalha de prata é a mais alta honraria paralímpica já conquistada pelo Brasil no adestramento paralímpico © Wander Roberto / CPB

Duas vezes vice-campeão mundial do hipismo paraequestre, Rodolpho teve mais uma grande apresentação em Tóquio. Cheio de ritmo e embalado por “Aquarela do Brasil” que tocava ao fundo durante sua performance, o cavaleiro fez uma boa passagem demonstrando bastante controle de Don Henrico. Nessa prova, todos atletas fazem uma reprise com sequência de movimentos pré-determinados – e não uma sequência livre dos movimentos com coreografia, como é o caso da categoria freestyle.

“Entrar é sempre difícil. Tento me concentrar só no que está acontecendo entre nós, meu cavalo e eu. Não pude treinar nenhum dia sozinho na pista, e essa situação cria um pouco de tensão no começo, mas eu conheço o Don Henrico e sei que ele vai relaxando. Deu tudo certo, fiquei super contente. Estou muito emocionado em competir em uma pista e um evento como esse”, declarou Riskalla.

Com o resultado, o Brasil soma agora cinco medalhas no adestramento paralímpico. O país já tinha conquistado outros quatro bronzes na modalidade. Dois com Marcos Fernandes Alves, em Pequim 2008, e outros dois com Sergio Froes Oliva, no Rio 2016. Vale lembrar que Riskalla pode repetir o feito e também fazer dois pódios em Tóquio. Isso porque os oito melhores colocados do adestramento convencional se classificam para o freestyle, que acontece na próxima segunda-feira (30).

Os 74,659% de aproveitamento garantiram a prata para Rodolpho Riskalla © Wander Roberto / CPB

A história de Rodolpho Riskalla no hipismo

Riskalla competia no hipismo de adestramento desde os oito anos, incentivado e treinado por sua mãe. Bicampeão sul-americano, tricampeão brasileiro e o único atleta do país em uma F.E.I. World Breeding Dressage Championships for Young Horses (2013), Riskalla sonhava em integrar a equipe brasileira nos Jogos do Rio 2016. E conseguiu, mas nas Paralimpíadas.

Depois de passar temporadas na França e na Alemanha em busca de aperfeiçoamento técnico, Riskalla se estabeleceu em Paris. Em 2015, precisou voltar ao Brasil por causa da morte do pai e, durante a visita não planejada, ele contraiu uma meningite bacteriana. A luta pela vida foi intensa e, para evitar o avanço da doença, o cavaleiro precisou amputar a parte inferior das duas pernas, a mão direita e dedos da mão esquerda.

Menos de um ano após contrair a doença, no início de 2016, o sonho olímpico voltou forte. Participando de seletivas na Europa, Rodolpho Riskalla conquistou vaga no Time Brasil Paraequestre e terminou as Paralimpíadas em 10º lugar. Dois anos depois, em 2018, conquistou as inéditas medalhas de prata (técnica e estilo livre) nos Jogos Equestres Mundiais de Tryon, nos Estados Unidos, em 2018.

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