ONU revela novo plano anticorrupção no esporte

ONU revela novo plano anticorrupção no esporte

Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apresentou nova abordagem estratégica para proteger a Copa do Mundo da FIFA 2026 e os Jogos Olímpicos de 2028, contra o risco de manipulação de resultados. O conjunto de diretrizes é baseado nos Princípios de Alto Nível do G20.

Por Sam May / Inside the Games
Curitiba, 3 de setembro de 2025

As recomendações do UNODC reúnem uma série de ações concretas destinadas a defender a integridade desses megaeventos e a combater a corrupção no esporte. Entre as preocupações mais urgentes da ONU estão as apostas ilegais, que figuram ao lado de grandes modalidades do crime organizado, como o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas e o contrabando de armas.

ONU revela novo plano anticorrupção © UNODC © Getty Images

Como primeiro passo, o UNODC recomenda que autoridades e entidades esportivas nos Estados Unidos, Canadá, México e na cidade anfitriã de Los Angeles realizem uma revisão completa de seus sistemas legais e regulatórios. A organização destaca a necessidade de atualizações para garantir que tais sistemas sejam suficientemente robustos diante dos desafios trazidos por eventos esportivos de grande escala. Para reforçar essas medidas, o UNODC sugere que instituições de justiça criminal e órgãos legislativos promovam workshops em nível nacional e local, a fim de ampliar a conscientização, compartilhar boas práticas e preparar as partes envolvidas para a proteção da integridade esportiva.

Cooperação internacional contra o crime esportivo

A agência também sublinha a importância da cooperação entre organizações nacionais e internacionais de combate à corrupção. O compartilhamento de informações e a coordenação de respostas, segundo o órgão, são fundamentais para enfrentar e reduzir o crime no esporte. “Uma tendência global é o desenvolvimento de mecanismos — como forças-tarefa, plataformas, unidades especializadas e entidades — para fortalecer a colaboração e a cooperação entre autoridades de justiça criminal, órgãos anticorrupção e organizações esportivas, de modo a combater a corrupção e outras formas de crime e irregularidades relacionadas ao esporte”, descreveu o UNODC.

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Para a entidade, o sucesso dependerá de uma abordagem coletiva e sincronizada. O combate ao crime deve estar no centro do planejamento e da execução tanto da Copa do Mundo quanto dos Jogos Olímpicos. Uma prioridade essencial, segundo o escritório, é garantir que investigadores, promotores e outros agentes tenham os poderes legais necessários para conduzir investigações completas e levar à Justiça os envolvidos em corrupção ou crimes relacionados. A pesquisa da própria ONU aponta que muitos dos indivíduos mais perigosos para a integridade esportiva — como os que orquestram a manipulação de resultados ou operam redes ilegais de apostas — têm base na Ásia.

Setor privado também é responsável

A responsabilidade de proteger esses grandes eventos, no entanto, não cabe apenas aos governos e às autoridades legais. O UNODC ressalta que o setor privado, em especial as empresas de apostas que lucram significativamente com esses torneios, também têm papel decisivo. Isso é particularmente relevante em regiões como Europa, América Latina e África, onde as apostas esportivas representam uma indústria de grande porte.

Por essa razão, a ONU pede que agentes privados participem ativamente de esforços de prevenção e monitoramento de atividades corruptas, incluindo a vigilância dos mercados de apostas. Organizações como a Associação Internacional de Integridade de Apostas já estão envolvidas nesses trabalhos, e empresas de dados como a Sportradar são vistas como parceiras essenciais na promoção da transparência e da responsabilização.

Diante de recentes escândalos envolvendo atletas e de denúncias recorrentes de má conduta, cresce a atenção voltada para a interseção entre jogos de azar e esporte. Nesse contexto, o UNODC reforça que o setor privado deve tratar a integridade esportiva como prioridade absoluta na preparação para a Copa do Mundo de 2026 e para os Jogos Olímpicos de 2028.

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