A um mês de Pequim 2022, Time Brasil foca em detalhes da logística para delegação na China

A um mês de Pequim 2022, Time Brasil foca em detalhes da logística para delegação na China

Ranking olímpico das principais modalidades fecham no próximo dia 16 e delegação deve ter entre 10 e 14 atletas

Por COB
6 de janeiro de 2022 / Curitiba (PR)

Falta apenas um mês para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. O Brasil deverá contar de 10 a 14 atletas e o número de oficiais (técnicos, auxiliares, fisioterapeutas, médicos e staff) deverá ficar entre 22 e 26 profissionais, dependendo do número de classificados. A delegação se dividirá entre as zonas de Yanqing, que receberá os atletas das modalidades de esqui alpino, bobsled e skeleton, e de Zhangjiakou, que receberá os competidores do esqui cross country, esqui estilo livre e snowboard. O deslocamento entre as duas zonas de competição é de cerca de 1h40, sendo que Zhangjiakou fica a 2h40 de Pequim. As Vilas Olímpicas serão abertas no dia 27 de janeiro. Para estar tudo pronto até lá, a primeira equipe do Comitê Olímpico do Brasil deverá chegar à China no próximo dia 24, com os primeiros atletas desembarcando na capital chinesa cinco dias depois.

“O maior desafio logístico é o tempo curto entre a definição oficial dos classificados, que só sai no dia 17 de janeiro, e o início da competição. Apesar de já estarmos acostumados com esse tipo de prazo, Pequim tem a peculiaridade de ser realizado em um contexto pandêmico, com muitas restrições de deslocamento. Apenas 17 companhias aéreas estão habilitadas a oferecer voos para Pequim no período dos Jogos, saindo de apenas quatro aeroportos até o momento. Então, é um verdadeiro quebra-cabeça que o COB está montando para oferecer a melhor estrutura possível aos atletas e oficiais”, disse Anders Pettersson, chefe da delegação.

Os protocolos em Pequim 2022 serão ainda mais rígidos do que foram em Tóquio. Isso porque o Comitê Organizador dos Jogos (BOCOG) decidiu adotar o conceito do closed loop (ou circuito fechado, numa tradução livre). Ou seja, só pode ter contato com os atletas quem estiver dentro da bolha. Todos os credenciados precisarão partir de aeroportos e em voos previamente informados para o BOCOG. Até o momento, são apenas 4 hubs liberados (Paris, Tóquio, Hong Kong e Cingapura), sendo que nenhum nas Américas, e a entrada na China é obrigatoriamente por Pequim. É preciso ter dois testes RT-PCR negativos com no mínimo 24h entre eles e no máximo 96 horas antes do voo direto. Um dos testes negativos deverá ser em até 72 horas da última perna para a China e em um laboratório credenciado pelos chineses.

Para entrar na bolha, quem estiver completamente vacinado não precisa fazer quarentena. Não será obrigatório, mas as autoridades chinesas estão incentivando a dose de reforço. Quem não estiver, precisará ficar em isolamento 21 dias antes de entrar na bolha. Só poderão ser frequentados locais oficiais de Jogos, usando apenas o transporte oficial, que terá espaços exclusivos (como vagões específicos) para os credenciados para Pequim 2022 mesmo nos trens públicos. Não será permitido nenhum contato com pessoas fora da bolha. Por isso, além de cumprir todas as exigências do BOCOG, o COB irá fazer outros testes, inclusive uma avaliação cardiológica, em todos os integrantes da delegação. Alguns desses exames serão realizados em parceria com a Prevent Sports.

“Em Tóquio, tínhamos medidas de distanciamento e um monitoramento muito forte por parte do COB, mas alguma flexibilização das regras de isolamento por parte do Comitê Organizador durante o período dos Jogos, como a permissão de uso de transporte público pela imprensa e trabalhadores voluntários. Em Pequim, não haverá isso e será mais fácil monitorar os contatos próximos porque teremos certeza de que todos estarão dentro da bolha, adotando exatamente as mesmas medidas”, disse Felipe Hardt, chefe-médico do COB na Missão, que terá a companhia do Dr. Leonardo Hirao. Eles se dividirão entre as duas zonas com atletas do Brasil na China.

“Além disso, a questão da obrigatoriedade da vacina e o incentivo forte à dose adicional para todos os integrantes, dá um pouco mais de segurança. No caso da delegação brasileira, o nosso objetivo é que todos os integrantes da delegação tenham a vacinação completa. Estamos realizando reuniões periódicas com os chefes de equipe e contamos com apoio das médicas Beatriz Perondi e Ho Ye Lin, que atuaram em Tóquio, quando não tivemos nenhum caso de Covid-19 na delegação”, completou Hardt.

Outra operação complexa envolve os trenós do bobsled. Com as equipes de 4-man e 2-man com a classificação bem encaminhada e uma possibilidade muito boa de classificação no monobob feminino, é preciso organizar o deslocamento dos equipamentos para a China. No caso do monobob, em que Marina Tuono busca a confirmação da vaga, o trenó saiu dos Estados Unidos, já chegou à Europa e de lá irá para a China.

“Já no caso do 2-man e do 4-man, estamos alugando trenós novos especificamente para os Jogos, que serão utilizados no período de preparação na Europa em janeiro e, de lá, serão transportados para China”, explicou Matheus Figueiredo, chefe da equipe de esportes no gelo em Pequim 2022.

“Os trenós vão com uma empresa especializada nesse tipo de transporte e que também irá realizar o deslocamento dos equipamentos de outras nações. Eles já têm experiência porque realizaram o serviço para o evento-teste que ocorreu na mesma pista dos Jogos em outubro”, completou.

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