Dirigente esteve à frente das decisões do dia a dia da entidade por um ano e oito meses e imprimiu grandes avanços com base na inovação
Fonte João Gabriel Rodrigues / GE
11 de novembro de 2022 / Curitiba (PR)
Adriana Behar não é mais CEO da Confederação Brasileira de Vôlei. A dirigente foi demitida na terça-feira (8) depois de permanecer por pouco mais de um ano e oito meses no cargo. A notícia foi divulgada primeiramente pelo jornalista Bruno Voloch e confirmada pelo GE. Após a publicação desta reportagem, a entidade se posicionou em nota sobre a saída de Behar.
“A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) informa que, a partir desta quarta-feira (9), Adriana Behar não ocupa mais o cargo de CEO da entidade. Desde março de 2021, quando assumiu a função, Adriana se dedicou ao crescimento e ao desenvolvimento do voleibol, conquistando importantes resultados. A CBV agradece todo o seu empenho e reconhece os méritos do trabalho realizado, porém neste momento a opção é seguir por outra linha de gestão interna. Bicampeã mundial e duas vezes medalhista olímpica, Adriana Behar tem seu nome na história do voleibol e terá sempre o respeito e a admiração da CBV – diz a nota enviada ao Globo Esporte.
A demissão de Adriana Behar é fruto da pressão de federações estaduais, insatisfeitas com algumas decisões da CEO. Nos últimos meses, Walter Pitombo Laranjeiras e Radamés Lattari, presidente e vice da CBV, foram procurados por dirigentes das federações para exigir mudanças. Nesta semana, uma carta assinada por 11 federações foi enviada para a diretoria.
“Eu, de fato, estou muito tranquila. Porque mudanças culturais não são fáceis, não acontecem de um dia para o outro. Mas, em tão pouco tempo, os números, os negócios gerados, eu tenho recebido um feedback muito positivo. Porque foi um trabalho muito intenso, com muita dedicação não só minha”, disse Adriana Behar, em conversa com o GE.
Entre as reclamações, o fato de Adriana passar parte de seu tempo nos Estados Unidos, onde tem casa. As federações alegam que a dirigente “se ausenta de seus afazeres profissionais junto à CBV para convivência com familiares, em outro país, sem qualquer justificativa plausível, ainda que adotado o trabalho remoto”. De acordo com os dirigentes, o afastamento impactava nos negócios da entidade e não seria justificável diante do salário recebido pela ex-CEO. No fim, pediram urgência para uma decisão, tomada na noite de terça.
Adriana também se defendeu por carta. Em texto enviado a Toroca e Radamés, a ex-dirigente afirma que o modelo de trabalho híbrido fora acordado ainda antes de sua contratação. Além disso, diz que o salário foi proposto pelos próprios dirigentes, sem negociação. Na carta, também cita alguns dos feitos esportivos e institucionais de sua gestão, como a previsão de superávit de R$ 6,5 milhões no fechamento de 2022.
Duas vezes vice-campeã olímpica no vôlei de praia, Adrian Behar assumiu como CEO da Confederação Brasileira de Vôlei no dia 1º de março de 2021. A medalhista de prata em Sydney-2000 e Atenas-2004 assumiu o cargo que pertencia justamente a Radamés Lattari, eleito vice-presidente da entidade.
Após o fim da carreira na praia, Adriana se especializou em Gestão de Negócios. Sua primeira função administrativa foi como gestora esportiva no cargo de gerente-geral de planejamento esportivo do COB, posto que ocupou de 2011 a 2018.
Durante o tempo à frente das decisões estratégicas na CBV, Adriana adotou mudanças estruturais no comando do dia a dia da entidade. Além disso, buscou modernizar algumas das principais marcas da entidade, como a Superliga e o Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.