A entidade iniciou uma ação judicial para remover o juiz do processo judicial relacionado as tentativas de punir Barcelona, Real Madrid e Juventus pelo envolvimento com a Superliga
Fonte Patrick Burcke / Inside the Games
30 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)
Em abril deste ano, uma proposta de criação de uma Superliga Europeia (ESL) fracassou quando diversos clubes se retiraram da iniciativa após uma grande reação dos torcedores e das ligas internacionais, a UEFA e a FIFA. Três clubes, contudo, continuam envolvidos publicamente no projeto: Barcelona, Real Madrid e Juventus.
O projeto prevê uma possível competição anual de futebol planejada para ser disputada por um grupo exclusivo de clubes europeus, destinada a rivalizar – e quiçá substituir – a Liga dos Campeões e a Liga Europa, ambas da UEFA. A criação da competição, formada por 12 grandes clubes europeus, foi anunciada em 18 abril de 2021.
Dois dias após sua criação, a pressão dos torcedores e das entidades competentes fez com que a Superliga fosse suspensa por tempo indeterminado. A UEFA e a FIFA ameaçaram aplicar punições aos clubes e aos jogadores que participassem do movimento. Barcelona, Real Madrid e Juventus continuam publicamente comprometidos com a ESL, contudo, inclusive buscando julgamento legal para debandar das outras competições.
De acordo com a Associated Press, na segunda-feira (27) o processo foi suspenso completamente após um juiz de Madrid reiterar a posição de que a UEFA não deveria interferir. A entidade tem cinco dias para confirmar o cumprimento da decisão. O órgão que governa o futebol europeu disse que “apresentou argumentos formais ao Tribunal de Madrid, evidenciando seu cumprimento contínuo com as determinações judiciais”, apesar de não reconhecer sua jurisdição.
A UEFA fez o requerimento de afastamento do juiz Manuel Ruiz de Lara. “O pedido é feito porque é do nosso entendimento que existem irregularidades significativas no processo. Em consonância com a Lei espanhola e no interesse fundamental da justiça, a UEFA espera que o juiz em questão se afaste imediatamente enquanto se aguarda a análise completa e adequada desta moção”, são as palavras que constam na nota da entidade.
A UEFA pretende levar o caso ao Tribunal Provincial de Madrid. “A UEFA vai continuar a tomar todas as medidas necessárias, em estrita conformidade com a legislação nacional e da União Europeia, para defender os seus interesses e – mais importante – os dos seus membros e de todos os intervenientes no futebol”, acrescentou o órgão dirigente.
Enquanto perdurarem as disputas judiciais, a UEFA reiterou que não buscará acordos com os nove outros clubes que participaram, inicialmente, da Superliga. E isso inclui o confisco de 5% do prêmio em dinheiro das competições da UEFA para atender com um gesto de boa vontade para com o futebol infantil, juvenil e de base.
Os seis clubes ingleses envolvidos – Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham Hotspur – concordaram em junho em pagar 22 milhões de euros à entidade.