Alison dos Santos encerra temporada incrível com mais um ouro

Alison dos Santos encerra temporada incrível com mais um ouro

Alison, também conhecido como Piu, fecha temporada com um total de seis quebras de recordes sul-americanos nos 400m com barreiras e o terceiro melhor tempo da história da prova

Fonte CBAt
16 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)

Com mais uma vitória, Alison dos Santos, do clube Pinheiros, encerrou nessa terça-feira (14) a belíssima temporada de 2021. Ganhador da medalha de bronze nos 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o paulista de 21 anos venceu a 11ª edição do Galà dei Castelli, etapa da série prata do World Athletics Continental Tour, disputada no Stadio Comunale, na cidade de Bellinzona, Suíça. Alison marcou 48s15 para ganhar mais uma medalha de ouro no ano. Rasmus Magi, da Estônia, ficou em segundo, com 48s53, seguido do alemão Emil Agyekum, com 49s15.

Nos 110m com barreiras, o mineiro Rafael Henrique Pereira, do Clã Delfos, ficou em segundo lugar, com 13s42. O suíço Jason Joseph foi o campeão, com 13s34, enquanto o norte-americano Michael Dickson ficou em terceiro lugar, com 13s52.

Com o fim da temporada de Piu, o treinador Felipe de Siqueira pôde fazer um balanço bem positivo de 2021. Afinal, o atleta quebrou seis vezes o recorde sul-americano dos 400m com barreiras, correu oito vezes a prova abaixo dos 48s – fato inédito no atletismo brasileiro – e obteve a terceira melhor marca da história na conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio (46s73).

“Conseguimos atingir todos os objetivos propostos no início do ano. A meta era melhorar a marca pessoal e conseguir o seu melhor resultado na final da Olimpíada. Ele foi muito regular, correndo sempre provas boas e fortes, junto com seus principais adversários”, lembrou Felipe. “Ele conseguiu sempre ficar entre os melhores.”

Bellinzona fechou um ano muito bom, de muito crescimento, segundo o treinador. “Depois da Olimpíada, ele descansou um pouquinho no Brasil e voltou para os seus últimos compromissos na Europa. Como o planejado, a meta era de buscar colocação, chegar à frente nestas últimas provas, e conseguiu”, disse Felipe, destacando que Alison terminou em segundo lugar na final da Liga Diamante, dia 9 de setembro, em Zurique, na Suíça. Ele só foi superado pelo norueguês Karsten Warholm, recordista mundial, bicampeão mundial e campeão olímpico.

Felipe lembra que o ciclo olímpico foi muito pesado, principalmente pelas adversidades impostas pela pandemia do covid-19. “Tivemos o apoio da CBAt, do COB e do clube Pinheiros para fazer uma boa preparação, depois de uma série de contratempos. Conseguimos superar as dificuldades e usar isso como combustível para chegar à medalha olímpica”, afirmou. “Agora ele terá merecidas férias e em meados de outubro começa o ciclo até 2024. Em 2022, já teremos o Mundial do Oregon, depois os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 e em seguida a Olimpíada de Paris 2024, em que o objetivo é chegar à melhor forma possível.”

Alison dos Santos vence etapa de Bruxelas da Diamond League © Divulgação

As marcas de Alison em 2021 nos 400m com barreiras
46s73 – bronze na Olimpíada de Tóquio (JPN) – 3 de agosto *
47s31 – semifinal da Olimpíada de Tóquio (JPN) – 1º de agosto *
47s34 – Liga Diamante de Estocolmo (SWE) – 4 de julho *
47s38 – Liga Diamante de Oslo (NOR) – 1º de julho *
47s51 – Liga Diamante de Mônaco (MON) – 9 de julho
47s57 – Liga Diamante de Doha (QAT) – 28 de maio *
47s68 – Walnut (USA) – 9 de maio *
47s81 – final da Liga Diamante de Zurique (SUI) – 9 de setembro
48s15 – Des Moines (USA) – 24 de abril
48s23 – Liga Diamante de Bruxelas (BEL) – 3 de setembro
48s42 – preliminar da Olimpíada de Tóquio (JPN) – 30 de julho
48s50 – Chorzow (POL) – 5 de setembro
49s56 – Azusa (USA) – 10 de abril
*recordes sul-americanos

Os recordes alcançados por Piu

Em 2021, Alison retomou a evolução de 2019. No dia 9 de maio, em Walnut, nos Estados Unidos, bateu os recordes brasileiro e sul-americano, com 47s68. O recorde brasileiro anterior era de Eronilde Araújo, com 48s04, desde 1995, e o sul-americano era do panamenho Bayano Ali Kamani, com 47s84, desde 2005. Depois foram mais cinco recordes.

O paulista de São Joaquim da Barra tem consciência de que mudou seu patamar no atletismo mundial, depois de um ano repleto de bons resultados. “Agora sou medalhista olímpico, inicio outra etapa da vida, vou ser visto de uma maneira diferente, inspirar mais pessoas, que podem também chegar aqui. Fico muito feliz.”

Sétimo colocado no Mundial de Doha e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima – ambas competições disputadas em 2019, o atleta de 2m e 76kg ficou mais de um ano sem competir: de 30 de setembro de 2019, quando fez a final do Mundial, até 10 de abril de 2021, data em que competiu em Azusa, nos Estados Unidos.

A pandemia do covid-19 interrompeu a evolução demonstrada em todo o ano de 2019, quando bateu sete vezes o recorde sul-americano da categoria sub 20, culminando com a marca de 48s28 em Doha. No final de 2020, quando se preparava para estrear na temporada acabou sendo contaminado pelo coronavírus e não pôde participar do GP Brasil Caixa de Atletismo e do Troféu Brasil em dezembro.

Além dos 400m com barreiras, Piu teve um desempenho fundamental na conquista da medalha de prata no revezamento 4x400m misto, no início de maio, no Campeonato Mundial da Silésia, na Polônia, quando fechou a prova. Ele recebeu o bastão na quinta colocação e cruzou em segundo lugar.

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