A atleta sul-mato-grossense conseguiu a marca no quinto salto e garantiu a terceira medalha de ouro para o Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio 2020
Fonte EXTRA e UOL
27 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)
O Brasil conquistou nesta sexta-feira (27) a sua terceira medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Após Yeltsin Jacques, foi a vez de Silvânia Costa conquistar o lugar mais alto do pódio no quinto salto, o penúltimo, ao bater a marca de cinco metros. Ela também garantiu sua melhor marca da temporada.
A prata ficou com Asila Mirzayorova, do Ubzequistão, e o bronze com Yullia Pavlenko, da Ucrânia. Após queimar as duas primeiras tentativas, Silvânia fez 4.76m na terceira, entrando na zona da medalha. Na sequência, ela marcou 4.69m, fazendo o salto do ouro na quinta apresentação. Ela não conseguiu melhorar no sexto salto, mas não foi ultrapassada pelas rivais, contra as quais precisou torcer.
“Não foi uma prova fácil. Eu entrei e tive que ir pra cima com muita garra ali no último salto. Eu sabia quanto eu tinha batalhado, lutado, tudo o que passei para chegar aqui. Os últimos cinco meses foram muito doloridos. Eu ralei muito para chegar até aqui. Essa medalha vem com sabor de muita garra e superação”, conta Silvânia.
A atleta sul-mato-grossense de 34 anos festejou muito o resultado, gritando e pulando com seu guia, Vinicius Martins, mas não teve muito tempo para comemorar. Menos de 20 minutos depois de garantir o ouro, ela alinhou para largar nos 400m rasos, outra prova para a qual fez índice para competir em Tóquio. Mas, depois de menos de 200m, ela sentiu uma lesão aparentemente muscular e desistiu.
Ela também foi ouro no salto em distância nos Jogos Rio 2016; ouro no salto em distância nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015; e ouro no salto em distância no Mundial de Doha 2015. Títulos de sobra na galeria de uma campeã que foi tratada como uma das favoritas.
O histórico de Silvânia no esporte
Desde criança, Silvânia tem uma enfermidade chamada Doença de Stargardt, por isso, sua visão regride paulatinamente. O esporte apareceu para a atleta de Três Lagoas aos 19 anos. Ela cuidava de um bebê e acumulava dívidas. Perdera o emprego por causa da diminuição da visão e soube de uma corrida de rua em Campo Grande. Resolveu participar e ganhou o prêmio de R$ 300, com os quais quitou suas dívidas.
A partir dali, decidiu ser atleta. Silvânia não precisa de ajuda para quase nada: vai à padaria de manhã, cozinha e pega ônibus quando necessário. Porém, quando o destino são os treinos, segue a pé, com o irmão, por um caminho que leva oito minutos.