Esportes olímpicos como alavanca de inclusão, inovação e crescimento: o que o Brasil pode aprender com os maiores exemplos globais.
Por Fátima Bana
14 de janeiro de 2025 / Curitiba, PR
O Brasil é um país conhecido por sua paixão pelo esporte, mas quando se trata de esportes olímpicos, ainda enfrentamos muitos desafios.
Embora o futebol e o vôlei dominem nossa identidade esportiva, outras modalidades olímpicas, especialmente as que demandam equipamentos específicos, ainda têm um longo caminho a percorrer.
Ao longo dos anos, o Brasil conquistou medalhas em esportes como judô, natação e atletismo, mas ainda há um grande potencial inexplorado. Modalidades que exigem equipamentos caros ou infraestrutura específica, como remo, ciclismo e ginástica, sofrem com a falta de investimento. Muitos atletas precisam superar barreiras enormes apenas para competir em pé de igualdade com outros países. Isso se deve em parte à falta de centros de treinamento adequados e ao acesso limitado a materiais esportivos de alta qualidade.
A realidade dos esportes olímpicos em nosso país é, muitas vezes, marcada pela dedicação de atletas e profissionais que atuam mais por amor ao esporte do que pelo apoio financeiro que recebem, afinal, muitos esportes complexos são negligenciados nessa questão. Isso não só limita o desenvolvimento de novos talentos, mas também impede que modalidades menos conhecidas ganhem destaque.
Além disso, a falta de programas de formação para técnicos e treinadores também prejudica o crescimento dos esportes olímpicos. Sem uma base sólida de profissionais qualificados, os atletas brasileiros acabam ficando em desvantagem competitiva em relação aos seus concorrentes internacionais.
Para mudar esse cenário, é essencial que haja um esforço conjunto entre governo, iniciativa privada e sociedade civil. Algumas das possíveis soluções incluem:
- Melhoria na infraestrutura: Investir na construção de centros de treinamento especializados em diferentes regiões do país pode oferecer aos atletas o suporte necessário para desenvolverem suas habilidades. Parcerias entre o setor público e privado podem ser uma forma eficaz de financiar esses projetos.
- Educação esportiva: Incluir modalidades olímpicas menos conhecidas nos currículos escolares pode ajudar a descobrir novos talentos. Além disso, investir na formação de treinadores e técnicos é fundamental para elevar o nível do esporte no Brasil.
- Parcerias com marcas: As empresas podem desempenhar um papel crucial ao patrocinar projetos voltados para o esporte olímpico. Esse tipo de investimento não só contribui para o desenvolvimento do esporte, mas também fortalece a imagem da marca junto ao público.
- Programas comunitários: Inspirados por exemplos internacionais, como o sucesso do rugby na Nova Zelândia e o crescimento do basquete em comunidades carentes nos Estados Unidos, o Brasil pode criar programas de inclusão esportiva em áreas menos favorecidas. Esses programas não apenas promovem a prática esportiva, mas também oferecem oportunidades de desenvolvimento social e educacional.
Benefícios para marcas e cidades
Países como a Nova Zelândia e os Estados Unidos oferecem exemplos inspiradores de como o esporte pode ser utilizado como ferramenta de inclusão e desenvolvimento. Na Nova Zelândia, o rugby é mais do que um esporte; é parte da identidade nacional. Já nos Estados Unidos, programas de basquete em comunidades urbanas contribuíram para a redução da criminalidade e promoveram a educação entre os jovens.
Para as marcas, apoiar iniciativas esportivas pode trazer grandes retornos, tanto em termos de imagem quanto de engajamento com o público. Cidades que investem no desenvolvimento de esportes olímpicos também colhem benefícios, como o aumento do turismo esportivo e a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.
O Brasil tem um potencial imenso para crescer nos esportes olímpicos, mas isso exigirá esforço e colaboração. Com investimentos direcionados, parcerias estratégicas e uma abordagem inclusiva, podemos não só melhorar nosso desempenho nas Olimpíadas, mas também criar uma cultura esportiva mais diversificada e acessível para todos.
O momento é agora! Vamos transformar desafios em oportunidades e fazer dos esportes olímpicos um motivo de orgulho nacional, beneficiando atletas, marcas e cidades em todo o país.
Fátima Bana é executiva de marketing e negócios, especialista em marketing esportivo com mais de 15 anos de experiência, fundadora e líder da empresa Rent a CMO. Possui experiência no Brasil, América Latina e mercado da Europa, EUA e China, sendo especialista e certificada em ESG por Harvard e membro da comissão de startups e scale-ups do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). É mestre em comportamento digital de consumo pela Universidade da Califórnia – USA e doutoranda pelo MIT/USA, cursando PHD em comportamento de consumo integrado a inteligência artificial. É ainda pós-graduada em neuropsicologia, especialista em neuromarketing e aprendizagem pela São Camilo e Einstein de São Paulo, e certificada em neurofeedback pelo BTI Brasil.