Marca é o indicador para a melhor classificação do Brasil na história das Olimpíadas
Fonte CBC
15 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)
A participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que aconteceram de 23 de julho a 8 de agosto, foi, de muitas formas, memorável. O País fez sua melhor campanha em Olimpíadas de todos os tempos, com a conquista de 21 medalhas, sendo sete ouros, seis pratas e oito bronzes, em 13 modalidades esportivas. O Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) fez um balanço final que destaca o papel dos clubes no desempenho brasileiro nos Jogos.
Entre os 13 esportes que conquistaram medalhas olímpicas, 10 são desenvolvidos dentro dos clubes, uma representação de 77%, ou seja, 3/4 do total. Ao mesmo tempo, das 21 medalhas conquistadas pelos brasileiros, 14 foram de atletas pertencentes aos clubes, o que representa 2/3 do total de medalhas.
Os principais Clubes responsáveis pelos atletas medalhistas dos esportes individuais são: Clube de Regatas Flamengo (RJ), que obteve quatro medalhas; Esporte Clube Pinheiros (SP), Minas Tênis Clube (MG) e Sociedade de Ginástica Porto Alegre – SOGIPA (RS) com duas medalhas cada; e Club Athletico Paulistano (SP), Rio Yacht Club (RJ), e a Unisanta (SP) com uma medalha cada. Além das sete entidades que se destacam, inúmeros outros clubes formadores integraram as seleções brasileiras de voleibol feminino e futebol masculino, medalhas nos esportes coletivos.
Outro dado interessante é que, das sete medalhas de ouro conquistadas em Tóquio, seis são de atletas de clubes, o que representa 86%. A quantidade de medalhas de ouro obtidas por um país é o principal critério que determina a sua classificação no quadro geral de medalhas divulgado pelo Comitê Olímpico Internacional – COI. Esse é o indicador para a melhor classificação do Brasil na história das Olimpíadas, o 12º Lugar, e os clubes formadores foram fundamentais para esse resultado.
Os clubes também foram os grandes responsáveis pela delegação brasileira como um todo. Dos 303 atletas convocados, 268 são atletas de clubes, uma representação de 88%, a maior dos últimos quatro Jogos. A delegação possui atletas de 154 instituições, e 142 delas são clubes, ou seja, 92%.
A formação dos atletas nos clubes: da base ao pódio
A obtenção de uma vaga na delegação olímpica brasileira, e a conquista de uma medalha olímpica é o ápice da carreira de um atleta. Mas para que esse objetivo seja atingido, é necessário um longo processo, que inicia na descoberta de um talento em potencial, muitas vezes identificado no ambiente escolar, e diversas etapas de treinamento e de aperfeiçoamento, cujo objetivo é garantir o melhor desenvolvimento do atleta.
A iniciação esportiva deveria ser feita na escola, onde aquela criança que se destaca como um talento motor poderia potencializar seu dom e suas habilidades, vindo a se tornar um talento esportivo, como ocorre nos países desenvolvidos.
No entanto no Brasil, esse desenvolvimento acontece, em sua esmagadora maioria, dentro dos clubes, que fornecem as ferramentas necessárias para que o atleta atinja seus objetivos, seja em infraestrutura física, de equipamentos e de preparação técnica e física, garantida pelos treinadores e demais profissionais do esporte.
Para que isso aconteça, o atleta inicia sua carreira nas competições de base, evoluindo até as categorias principais de sua modalidade, destacadamente participando dos Campeonatos Brasileiros Interclubes – CBI, buscando atingir o nível para competições internacionais como Sul-Americanos, Pan-Americanos, e Mundiais, e finalmente, os Jogos Olímpicos.
Desde que passou a receber recursos das loterias federais, o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) integra essa trajetória que vai desde a formação esportiva até o suporte para o alto rendimento, por meio de seu Programa de Formação de Atletas, fundamentado em três eixos: o primeiro, de Recursos Humanos (RH), que garante aos Clubes a capacidade de contratação de profissionais de apoio técnico, fisioterápico recuperativo, profilático e de preparação física; materiais e equipamentos esportivos (MEE), que disponibiliza recursos para aquisição de materiais esportivos e equipamentos necessários ao treinamento; e por último, competições (CBI), garantindo a participação de jovens atletas em campeonatos nacionais de extrema importância para seu desenvolvimento, oportunizando experiências e crescimento profissional.
O eixo de competições se viabiliza por meio dos Campeonatos Brasileiros Interclubes – CBI realizados em parceria com as confederações e ligas nacionais, e tornam-se fundamentais nesse processo, visto que abrangem todo o sistema esportivo, e vão desde a base até o alto rendimento. O CBC viabiliza a participação dos clubes de todo o país nas principais competições nacionais, por meio da aquisição das passagens aéreas e hospedagens.
Importante destacar que a oficialização dos CBI pelas confederações é que permite que os atletas primeiros colocados possam se beneficiar de um outro importante programa do governo federal, o Bolsa Atleta – de responsabilidade da Secretaria Especial do Esporte – SEE, vinculada ao Ministério da Cidadania, que apoia a grande maioria dos atletas que integraram a delegação brasileira em Tóquio.
Os atletas que se destacam, e treinam no alto nível, inclusive no exterior, contam com o apoio da Bolsa Pódio, da mesma forma fomentada pela SEE. E quando chegam nesse patamar, passam a receber o importante apoio do Comitê Olímpico do Brasil – COB, que recebe parte dos recursos das loterias federais e realiza um trabalho de excelência, também baseado na meritocracia esportiva, e que garante a participação dos atletas nas principais competições internacionais durante todo o Ciclo Olímpico, até a sua efetiva participação nos Jogos Olímpicos, com condições equivalentes aos países de primeiro mundo.
“Garantir perenidade à política esportiva, com foco na meritocracia e com o estabelecimento de metas para que os clubes potencializem ao máximo sua vocação esportiva tem sido o nosso constante desafio.”
Para que as conquistas dos atletas em Tóquio fossem possíveis, o CBC desempenhou seu papel apoiando os clubes com números expressivos de investimento, desde 2014, quando lançou seus primeiros editais, até 2021. No eixo de recursos humanos (RH), foram investidos mais de R$184 milhões; no eixo de materiais e equipamentos esportivos (MEE), foram descentralizados mais de R$ 156 milhões de reais; já no eixo de competições (CBI), foram investidos mais de R$ 84 milhões e empenhados mais R$ 206 milhões, totalizando investimentos que ultrapassam R$ 630 milhões.
Outra importante atuação do CBC neste último ciclo olímpico se deu ao se aproximar das confederações e ligas nacionais, buscando a integração de todos os players que compõem o Sistema Nacional do Desporto – SND para juntos potencializarem a política esportiva no país. A integração dos diversos atores e programas do governo brasileiro permitiu a otimização dos recursos e o aprimoramento do sistema, com foco nos resultados.
A composição da delegação brasileira e os resultados obtidos em Tóquio confirmam a assertividade da política de formação esportiva desenvolvida pelo CBC nos últimos sete anos, com apoio integral aos clubes formadores em todas as regiões do país. Garantir perenidade à política esportiva, com foco na meritocracia e com o estabelecimento de metas para que os clubes potencializem ao máximo sua vocação esportiva tem sido o nosso constante desafio.
O êxito desse trabalho é fruto da dedicação de longo prazo de todos os envolvidos, em especial dos atletas, dirigentes e profissionais dos Clubes Formadores, Ligas Nacionais, Federações, Confederações Brasileiras, o apoio do governo federal, em especial da Secretaria Especial do Esporte – SEE, dos patrocinadores privados, e da atuação integrada do Comitê Brasileiro de Clubes – CBC e do Comitê Olímpico do Brasil – COB. Ressalta-se ainda que a harmonia e a relação do CBC com o Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB, a Confederação Brasileira de Desporto Escolar – CBDE, a Confederação Brasileira de Desporto Universitário – CBDU e a Comissão Desportiva Militar do Brasil – CDMB por meio do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) do Ministério da Defesa, são fundamentais no processo de desenvolvimento e formação de atletas para a efetiva consolidação da política esportiva em nosso País.
Um importante diferencial nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos são os investimentos realizados nos clubes formadores e na política esportiva de rendimento, sustentados pelos eixos do Programa de Formação do CBC.
Que venham os próximos Jogos! Seguiremos trabalhando firme para fortalecer o papel dos clubes no desenvolvimento do esporte nacional e assim contribuir para que o Brasil se torne de fato uma potência esportiva.