Sebastian Coe quer modernização no atletismo e diz que Campeonato Mundial pode ser mais curto

Sebastian Coe quer modernização no atletismo e diz que Campeonato Mundial pode ser mais curto

Presidente da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) anuncia criação de novo evento em 2026. Pódios das competições serão nas fan zones assim como em Budapeste 2023.

Por Redação do ge
2 de outubro de 2023 / Curitiba (PR)

Presidente da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) e membro da Academia Laureus, Sebastian Coe está preocupado com o futuro do atletismo. Em artigo enviado à Laureus World Sports Awards Limited, o bicampeão olímpico afirmou que quer modernizar o seu esporte. Um dos trunfos do britânico seria realizar um Campeonato Mundial de Atletismo um pouco mais curto, ao invés dos tradicionais nove dias.

Coe também sinalizou que pretende manter o pódio aos moldes do que foi em Budapeste 2023 com os atletas sendo premiados em alguma fan zone e não no campo do estádio ao final das sessões. Outra novidade citada no artigo é a criação de um evento inovador de três noites, cuja estreia será em 2026, ano sem Olimpíada e sem Campeonato Mundial de Atletismo.

“Não estou projetando o esporte apenas para jovens de 15 e 16 anos, mas é preciso reconhecer que o mundo mudou. A forma como os jovens consomem, tudo mudou. E precisamos ter certeza de que nossas competições sejam emocionantes e relevantes. Deveríamos questionar se um Campeonato Mundial de nove dias é demais. Isso se encaixa no estilo de vida das pessoas?”, indagou o dirigente.

Cerimônia de premiação do Mundial de Atletismo de Budapeste realizada na fan zone levou a torcida à loucura © Alex Haydock / Wilson/Reuters

Mesmo classificando o Campeonato Mundial de Budapeste 2023 como “extraordinário”, Coe quer inovar. Para isso, a World Athletics se prepara para lançar um “espetáculo de atletismo de três noites” daqui a três anos.

“O ano de 2026 é importante para nós porque, a partir de agora, é o primeiro ano em que não temos Campeonatos Mundiais ou Jogos Olímpicos. Por isso vamos criar um espetáculo de atletismo de três noites. Será um produto televisivo. Levaremos um número limitado dos melhores atletas e haverá um grande prêmio”, contou.

“O atletismo é, de longe, o maior esporte olímpico do mundo.”

Sobre as lições tiradas deste ano, Sebastian Coe elogiou a realização do pódio do Mundial de Budapeste em uma fan zone, o que serviu para aproximar atletas e torcedores.

“Já tivemos praças de medalhas no passado, mas esta pareceu pegar fogo. Dei as medalhas para os caras dos 100 metros e Noah Lyles desabou e disse: ‘nunca estive em uma cerimônia de premiação como esta.’ No passado fomos conservadores, fizemos isso no estádio, muitas vezes no final da noite, quando a maioria das pessoas estava em casa ou nos ônibus. Desta vez, foi diante de milhares de pessoas em uma fan zone. Acho altamente improvável que algum dia voltemos às apresentações em estádios”, frisou.

Por fim, o presidente da World Athletics elogiou a queniana Faith Kipyegon, a quem elegeu como a atleta do ano por ter sido a primeira mulher a quebrar 3min450 nos 1.500 metros, além de ter batido o recorde dos 5.000 metros na Diamond League de Paris. Coe ainda destacou que “o atletismo é, de longe, o maior esporte olímpico do mundo.”

“Isto é um começo, mas temos que continuar a preparar o esporte para o futuro. Algumas decisões difíceis podem precisar ser tomadas. Mas quando eu partir, espero que nosso esporte seja muito diferente”, finalizou.

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