Martine Grael e Kahena Kunze unem tradição e condições favoráveis para se tornar bicampeãs olímpicas

Martine Grael e Kahena Kunze unem tradição e condições favoráveis para se tornar bicampeãs olímpicas

Medalhistas de ouro pela classe 49er FX no Rio 2016, dupla repete feito em Tóquio 2020 e entra de vez para a história olímpica do Time Brasil

Por Helena Sbrissia / Global Sports
3 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)

Nesta terça-feira (3) Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram o bicampeonato olímpico na vela pela classe 49er FX. Com o ouro da dupla, a modalidade se consagra como detentora de 19 medalhas em Olimpíadas. A regata realizou-se na baía de Enoshima cinco anos após o ouro conquistado na Guanabara.

As velejadoras terminaram o percurso decisivo em terceiro lugar, o que se mostrou mais do que suficiente para o título – elas disputavam diretamente com as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke (prata) e as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz (bronze).

Com o resultado inédito, Martine e Kahena se as primeiras atletas do Brasil a conquistar dois ouros olímpicos seguidos na vela © Jonne Roriz / COB

Martine e Kahena chegaram a Tóquio como favoritas ao pódio, principalmente após o ótimo desempenho no Rio 2016. Além disso, a família Grael possui extensa tradição na vela, já que Torben Grael, pai de Martine, também é bicampeão olímpico, tendo subido ao pódio cinco vezes.

Ele, que é treinador da dupla, destaca como elas lidam bem com a pressão e têm ótimo poder de decisão, algo essencial no campeonato mais importante que um atleta da vela pode disputar – uma Olimpíada. Torben também aponta a falta de estrutura que o Brasil enfrenta nos esportes, de maneira geral, e observa que a vela parece seguir uma constante diferente.

Após a conquista do bicampeonato, Martine e Kahena erguem a Bandeira do Brasil © Jonne Roriz / COB

“É um feito notável, sem dúvida, e muito disso se deve às famílias, mas muito igualmente à estrutura dos clubes, que é muito boa, e às condições da vela no nosso País. Os resultados recentes se devem muito aos patrocinadores, que nos apoiam, e ao suporte do Comitê Olímpico Brasileiro, que tem ajudado muito.”

Programas como o Bolsa Atleta do Ministério do Esporte são, para Torben, um destaque muito positivo, já que são um dos principais motivos para que Martine, Kahena e os outros medalhistas da história da vela consigam conquistar um lugar de destaque nas competições que disputam.

Em terra, a pequena, porém eufórica torcida brasileira ergue Bandeiras e vibra muito com a conquista das velejadoras © Jonne Roriz / COB

Esse foi o oitavo ouro da vela na história das Olimpíadas para o Brasil, mantendo a modalidade como a mais dourada do País. Além dos oito ouros, são três pratas e oito bronzes.

Com o resultado inédito, Martine e Kahena se tornam as primeiras pessoas, entre homens e mulheres, do Brasil a conquistar dois ouros olímpicos seguidos na vela. Mais do que isso, elas entraram no seleto grupo de atletas brasileiros bicampeões olímpicos. Até então, apenas 13 atletas tinham alcançado esse feito: Torben Grael, Marcelo Ferreira e Robert Scheidt (1996 e 2004) na vela, Adhemar Ferreira da Silva (1952 e 1956) no atletismo; Fabi Alvim, Fabiana, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheilla e Thaisa (2008 e 2012), Maurício e Giovane (1992 e 2004), e Serginho (2004 e 2016) no vôlei.

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