Marco La Porta aplica ipponzaço em Paulo Wanderley e será o novo presidente do COB para o ciclo de Los Angeles 2028

Marco La Porta aplica ipponzaço em Paulo Wanderley e será o novo presidente do COB para o ciclo de Los Angeles 2028

Com um o-soto-gari fulminante e o apoio dos atletas que votaram em bloco, opositores encerram o sonho do presidente do Comitê Olímpico do Brasil de se perpetuar no poder.

Por Paulo Pinto / Global Sports
3 de outubro de 2024 / Curitiba, PR

Ecoando os sons dos corredores do COB, desde o fim de 2023 sabia-se de que forma o presidente Paulo Wanderley Teixeira pretendia permanecer no poder. A equação mágica foi amplamente divulgada, mas não sabíamos quantos dirigentes aceitariam subir e remar numa canoa furada que, certamente, seria repudiada pela sociedade, pondo em jogo o futuro do movimento olímpico no Brasil.

Felizmente, 11 dirigentes de confederações, somados aos 19 votos da Comissão de Atletas, restituíram a ordem, a paz e, principalmente, a credibilidade ao principal órgão de gestão esportiva da América Latina, pondo fim ao sonho de perpetuação no poder alimentado há muito tempo por Paulo Wanderley Teixeira.

Yane Marques, nova vice-presidente do COB, e Marco Antônio La Porta, eleito presidente © Alexandre Loureiro / COB

Nem mesmo a pressão de diversas organizações e setores do esporte, de membros do Congresso como o deputado federal Luiz Lima (PL-RJ) e da senadora Leila Barros (PDT-DF), de autarquias como o Ministério do Esporte, Ministério Público e Tribunal de Contas da União (TCU) intimidou o dirigente que, após assumir a gestão da CBJ, jamais havia experimentado uma derrota política em âmbito nacional.

Votação

Num pleito histórico que marcou o fim da era do coronelismo no COB, a chapa vencedora recebeu 30 votos contra 25 da chapa da situação, formada pelo atual presidente Paulo Wanderley Teixeira e por Alberto Maciel Júnior, ex-presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo.

Participaram da eleição 34 presidentes das confederações filiadas ao COB, dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI), Andrew Parsons e Bernard Rajzman, e 19 representantes da Comissão de Atletas. A tendência à eleição de La Porta já havia sido sinalizada mais cedo, quando Daniela Castro, do Pacto pelo Esporte, foi eleita membro independente do Conselho de Administração, com 29 votos contra 26 de Ricardo Leyser. Segundo o Globo Esporte, Daniela era uma das pessoas que questionavam a legitimidade de um terceiro mandato de Paulo Wanderley.

CACOB deu exemplo de unidade

A CACOB exerceu papel fundamental na eleição de Marco La Porta e Yane Marques, já que na eleição votam os 34 presidentes de confederações, 19 membros da Comissão de Atletas e dos dois brasileiros do COI. Com 55 votantes, ganharia quem somasse 28 votos. Além dos atletas em bloco, outros 11 eleitores votaram em La Porta e Yane.

O novo membro do Conselho de Administração, Flávio Cabral Neves felicita Marco Antônio La Porta © Alexandre Loureiro / COB

A campeã mundial de basquete Hortência Marcari faz parte da CACOB, mas não tem direito a voto. Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, ela comentou a preocupação dos atletas para que a Lei Pelé fosse cumprida. “Esse artigo 18-A foi uma briga dos atletas. Na minha época, os cartolas ficavam ali praticamente eternos. E os atletas tinham direito a nada. E quem é o protagonista do esporte? São os atletas. Então devemos ter o direito de escolher os nossos representantes. Antigamente eles ficavam lá por muito tempo e parecia que as confederações eram deles. O perigo disso é que, caso o Wanderley ganhe, a cadeia toda do esporte corre risco.” Mesmo sem votar, portanto, Hortência trabalhou dentro da CACOB para manter os atletas unidos na hora da votação.

Conselho de Administração

Além dos cargos de presidente e vice-presidente, foram escolhidos sete membros do Conselho de Administração, representantes das Entidades Nacionais de Administração do Desporto (ENADs) filiadas, integrantes dos programas olímpicos de verão e de inverno e um membro independente do Conselho de Administração pelos próximos quatro anos. O membro independente eleito foi Daniela Castro, diretora executiva do Pacto pelo Esporte, com 29 votos, contra 26 de Ricardo Leyser. William Mioto não recebeu votos.

Wlamir Campos, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo deposita seu voto © Alexandre Loureiro / COB

Os membros do Conselho de Administração eleitos foram Felipe Tadeu Moreira Lima Rêgo Barros (handebol) – 50 votos; Radamés Lattari Filho (voleibol) – 50 votos; Rafael Girotto (canoagem) – 41 votos; Jodson Gomes Edington Júnior (tiro esportivo) – 39 votos; Karl Anders Ivar Petterson (desportos na neve) – 37 votos; Flávio Cabral Neves (wrestling) – 34 votos; e Flávio Padaratz (surf) – 29 votos.

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