Longe das lesões e mais experiente, vice-campeã mundial Cátia Oliveira chega aos Jogos com muita confiança

Longe das lesões e mais experiente, vice-campeã mundial Cátia Oliveira chega aos Jogos com muita confiança

Atleta acredita que está muito mais confiante do que na Rio 2016 e realiza novamente o sonho de criança em representar o Brasil num grande evento

Fonte Nelson Ayres e José Augusto Assis / Fato&Ação / CBTM
22 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)

Cátia Oliveira está a poucos dias de começar sua participação em Tóquio 2020, a segunda em Jogos Paralímpicos. Na primeira, Rio 2016, ela ainda tinha pouca experiência internacional e uma lesão no ombro às vésperas da competição. Desta vez, tudo é diferente. Em boa forma e mais experiente, a mesa-tenista da classe dois garante estar melhor preparada para a disputa no Japão do que estava no Brasil há cinco anos.

A atleta, que tem 30 anos, realmente tem motivos para se sentir dessa forma: ela é a atual vice-campeã mundial da classe 1-2, honraria que conquistou em Lasko, na Eslovênia, em 2018.

“A Cátia de 2016 para a de 2021 é totalmente diferente. Em 2016, eu vinha de uma lesão séria no ombro, o que não deixou eu me preparar bem para os Jogos. Já a Cátia de 2021 é uma outra atleta, com uma bagagem bem maior. É lógico que a responsabilidade aumenta por eu ser vice-campeã mundial e por eu já ter vencido todas as minhas principais adversárias, mas estou confiante e preparada para o que vier”, garantiu a mesa-tenista.

Com a conquista da medalha de prata em um Campeonato Mundial, a visibilidade que a brasileira tinha aumentou muito, principalmente em relação às adversárias, que passaram a observar melhor o jogo de Cátia.

“Quando eu entrei no circuito internacional, as meninas nem me olhavam, estavam nem aí para quem era a Cátia, do Brasil. Hoje, não. Elas me olham totalmente diferente, me observam e gravam as minhas partidas para saber a minha forma de jogar. Por isso, tenho de ter um cuidado maior com as adversárias em Tóquio, pois elas estão tentando sempre me conhecer um pouco mais”, disse.

Sonho de representar o Brasil e apoio da cidade natal

Quando jovem, Cátia Oliveira tinha um sonho: ser jogadora de futebol e defender o Brasil em uma Copa do Mundo e em uma Olimpíada. Ela até começou uma carreira de sucesso como jogadora, porém, sofreu um grave acidente automobilístico em 2007, quando tinha apenas 16 anos, e teve uma lesão medular cervical que a fez perder os movimentos dos seus membros inferiores.

Cátia, porém, não desistiu do sonho e do esporte. Ela conheceu o tênis de mesa anos depois do acidente e viu na modalidade, uma oportunidade de realizar o seu sonho.

“Eu sempre tive o sonho de defender o meu país. Desde pequena, eu queria jogar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada como jogadora de futebol, mas Deus tirou essa possibilidade com as pernas e me deu com as mãos. Eu estou muito feliz de estar conseguindo realizar esse sonho”, lembrou a vice-campeã mundial.

Nascida no interior de São Paulo, no município de Cerqueira César, a atual quarta colocada do ranking mundial da classe dois contou sobre o apoio que recebe de seus conterrâneos.

“Eu sempre levo o carinho de Cerqueira César comigo. A minha família, desde o Parapan de Toronto, em 2015, fez uma camisa para torcer por mim. E a procura por essa camisa para me apoiar é muito grande em minha cidade. É um carinho enorme que recebo”, falou a mesa-tenista.

“Eu só tenho a agradecer. Graças à minha cidade, sou uma pessoa muito mais experiente. Eu levo a minha cidade de 25 mil habitantes junto comigo e estou preparada para representá-la bem. Não só a minha cidade, mas o Brasil todo”, agradeceu.

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