Ketleyn Quadros, do judô e Bruninho, do vôlei serão os porta-bandeiras do Brasil nos Jogos de Tóquio 2020

Ketleyn Quadros, do judô e Bruninho, do vôlei serão os porta-bandeiras do Brasil nos Jogos de Tóquio 2020

Judoca foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha em esportes individuais, em Pequim 2008. Já o levantador é dono de três medalhas olímpicas, sendo campeão na Rio 2016

Por COB
17 de julho de 2021 / Curitiba (PR)

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) definiu a dupla responsável por carregar a bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, na próxima sexta-feira, dia 23. A judoca Ketleyn Quadros, primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esportes individuais, o bronze na categoria leve em Pequim 2008, e Bruninho, campeão olímpico de vôlei na Rio 2016, carregarão juntos o pavilhão verde-amarelo.

A imponente Ariake Arena © Wikipédia

“Essa é a maior delegação brasileira em uma edição de Jogos Olímpicos fora do país. E nada mais justo que homenagearmos grandes representantes de duas das modalidades que mais deram medalhas olímpicas ao Brasil. A Ketleyn é uma pioneira no judô, abriu caminho para uma geração extremamente vitoriosa com Sarah Menezes, Mayra Aguiar e Rafaela Silva para ficarmos apenas em alguns exemplos. Ela sempre foi um modelo de profissional e dos valores do judô. Bruninho, apesar de ser filho de dois dos maiores de sua modalidade, conseguiu trilhar o próprio caminho, conquistando três medalhas olímpicas, um feito para poucos, e ainda pode ser orgulhar de ser o capitão numa campanha de ouro. Com eles, mantemos a tradição de privilegiar o respeito, a excelência e a meritocracia e não tenho dúvidas de que os dois representaram muito bem o país na abertura dos Jogos”, disse o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.

Ketleyn Lima Quadros foi matriculada pela mãe na natação, mas faltava às aulas para assistir aos treinos de judô. De tanto insistir, acabou começando a praticar a modalidade. Para se classificar aos Jogos Olímpicos Pequim 2008, viu sua principal concorrente à vaga, Danielle Zangrando, se machucar e não deixou a oportunidade passar. Depois de ficar fora dos Jogos por dois ciclos olímpicos, voltou à competição 13 anos depois de sua medalha e recebeu a honra de ser a terceira mulher na história (depois de Sandra Pires, em 2000, e Yane Marques, em 2016) e também a terceira judoca (depois de Walter Carmona, em Seul 1988, e Aurélio Miguel, em Barcelona 1992) a carregar a bandeira do Brasil.

Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB © Divulgação

“Eu fico me emocionando o tempo inteiro. As conquistas são consequências de quem acredita, de quem constrói apesar das adversidades, de muita dedicação, de muito treinamento, do trabalho de muitas pessoas. Eu olho pra minha carreira e vejo que não ter participado dos últimos dois Jogos Olímpicos me ajudou a crescer, a evoluir e a estar aqui. Sou muito grata e me sinto privilegiada por representar cada um dos brasileiros sendo porta-bandeira”, disse Ketleyn, que possui 33 medalhas em eventos do Circuito Mundial da Federação Internacional de Judô.

“Tenho 33 anos e uma vida dentro da modalidade. Não falo isso com peso não, eu amo o que eu faço. Acho que vai passar um filme na minha cabeça quando eu tiver lá e saber que tudo que passei valeu à pena”, completou.

Já Bruninho, filho dos ex-jogadores Vera Mossa e Bernardinho, despontou no vôlei atuando pela equipe de Florianópolis. Em 2007, sagrou-se campeão dos Jogos Pan-americanos do Rio e nunca mais abandonou a seleção brasileira. Mesmo enfrentando desconfiança por ser filho do então treinador, conseguiu uma das carreiras mais vitoriosas do vôlei mundial, com três medalhas olímpicas e sendo capitão na campanha do ouro na Rio 2016. Ele será o primeiro representante do vôlei a ter essa distinção.

Nippon Budokan Arena em Tóquio © Chiyoda City

“Sou um mero representante do que o vôlei significa não só para o esporte, como para o povo brasileiro. Os valores que gerações anteriores deixaram de dedicação, de luta, de garra, de superação é o que levo e me sinto muito honrado. Ser o primeiro é motivo de muito orgulho e fruto desse legado. Sintam-se todos representados. Depois que soube, contei apenas para algumas pessoas muito próximas, entre eles meu pai, uma pessoa que sempre guiou, que foi muito importante na minha carreira, primeiro como jogador, fazendo parte de uma geração pioneira, depois como técnico da geração mais vitoriosa história, que culminou com o ouro olímpico da superação. Representar a todos no maior momento do esporte mundial, eu não sei nem o que dizer, só na hora que vamos sentir na pele essa emoção e será um momento muito marcante”, disse Bruninho.

Ketleyn competirá no lendário Nippon Budokan no próximo dia 27, enquanto Bruninho fará a sua estreia com a seleção no dia 24, na Ariake Arena, contra a Tunísia.

“Seremos a porta-bandeira e o mestre-sala”, completou Bruninho. Uma bela comparação pra quem vai representar o país do samba.

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