As novas normas aprovadas pela IBSA dividirão os atletas em dois grupos de classificações oftalmológicas distintas e reduzirão a quantidade de categorias
Por CPB
6 de janeiro de 2022 / Curitiba (PR)
O ano de 2022 trará mudanças importantes para o judô paralímpico. As novas normas aprovadas pela IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos) dividirão os atletas em dois grupos de classificações oftalmológicas distintas e reduzirão a quantidade de categorias. Por outro lado, haverá mais medalhas em disputa nos eventos.
Para entender melhor tudo o que virá pela frente, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) preparou um tira-dúvidas sobre o assunto.
1 – O que muda na classificação oftalmológica do judô paralímpico?
Até então, judocas das três classificações oftalmológicas – B1 (cego), B2 (percepção de vulto) e B3 (definição de imagem) – lutavam entre si dentro de cada peso. A partir de agora, quem for cego total (B1) só lutará contra cego total em uma nova categoria que se chamará J1. Quem era B2 e B3 lutará apenas contra oponentes dessas mesmas classificações em outra categoria chamada J2.
2 – Então, não haverá mais confronto entre um B1 contra um B2 o B3, por exemplo?
Não. Pegando como exemplo a última edição dos Jogos Paralímpico de Tóquio, o brasileiro Antônio Tenório, que é cego total, perdeu na semifinal para o norte-americano Benjamin Goodrich, que é B2. Estes atletas não vão mais se enfrentar daqui em diante.
3 – E as divisões por peso, também foram alteradas?
Sim, até então havia sete divisões no masculino e seis no feminino
Masculino
Até 60kg
Até 66kg
Até 73kg
Até 81kg
Até 90kg
Até 100kg
Acima de 100kg
Feminino
Até 48kg
Até 52kg
Até 57kg
Até 63kg
Até 70kg
Acima de 70kg
Foram extintas quatro divisões do masculino e criou-se uma nova para os pesados, que será de 90kg para cima. No feminino, duas divisões foram excluídas. Ficando assim:
Masculino
Até 60kg
Até 73kg
Até 90kg
Acima de 90kg
Feminino
Até 48kg
Até 57kg
Até 70kg
Acima de 70kg
4 – E quem for atualmente de uma divisão de peso que deixará de existir, como faz?
Há duas possibilidades: baixar ou subir de peso. Um judoca que lutava na categoria até 81kg, por exemplo, caso do brasileiro Harlley Arruda, que representou o país em Tóquio, deverá ganhar massa e competir com atletas mais pesados, da divisão até 90kg. Outra opção seria perder peso para se enquadrar na divisão até 73kg.
5 – Mas então haverá menos medalhas em disputa nas competições?
Não, na verdade haverá mais medalhas. Explicando: antes, eram 13 eventos de medalha possíveis, já que havia sete pesos no masculino e seis no feminino. Agora, apesar da redução na quantidade de pesos, lembre-se de que são duas classes (J1 e J2) diferentes, e cada classe contará com quatro pesos no masculino e quatro no feminino. Ou seja, a próxima edição da Paralimpíada contará com 16 eventos de medalhas ao todo.
6 – A partir de quando estas regras valerão?
De acordo com a IBSA, as normas já valem para os eventos de 2022, tendo em vista o ciclo para Paris 2024. A organização dos próximos Jogos Paralímpicos, inclusive, já divulgou a programação da modalidade de acordo com as novas regulamentações.