By Yoshiyuki Shimizu e Sheijun Maedo, de 93 anos, mostraram força e determinação. Shimizu foi homenageado pela World Master Athletics pelo “conjunto da obra” na década
Fonte CBAt
24 de novembro de 2021 / Curitiba (PR)
A manhã de domingo (21) marcou a exibição de duas lendas do atletismo: os japoneses naturalizados brasileiros Yoshiyuki Shimizu e Seijun Maedo, ambos de 93 anos, que demostraram mais uma vez a devoção com o esporte em nome da saúde física e mental e, principalmente, da qualidade de vida.
Yoshiyuki Shimizu (ANASP) venceu a sua terceira prova na Taça Máster. Depois de ganhar a sua faixa etária nos 100m e nos 200m, competiu no salto triplo no domingo (21), obtendo a marca de 6,48m (3.3). A família Shimizu deixou a cidade de Hiroshima, quando Yoshiyuki tinha 5 anos. Foram morar em Promissão, no interior de São Paulo. “Trabalhei na lavoura até 1960, quando me mudei para a capital. Depois tive muito tempo uma lavanderia no Jardim América, perto da Avenida Paulista e da minha casa”, lembrou o atleta, que só começou a praticar atletismo aos 81 anos, quando se aposentou. “Hoje, se parar com o esporte, eu fico doente.”
Shimizu foi homenageado depois da prova do salto triplo. Ele recebeu um certificado da World Master Athletics (WMA) pela vitoriosa carreira nos últimos 10 anos. “Bati os recordes mundiais dos 100m, 200m e 400m e do salto triplo na categoria de mais de 85 anos, lembrou o atleta.
A homenagem de entrega do certificado ocorreu na caixa de saltos do CNDA e contou com a presença do presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos, da presidente da Associação Brasileira de Atletismo Master, Rosa Ibarra Biléssimo, e da integrante do Programa Ídolos Loterias Caixa da CBAt Maurren Maggi, campeã olímpica do salto em distância em Pequim 2008.
“Ele receberá em casa um quadro da WMA pelos seus feitos. Foi premiado e reconhecido pelo conjunto da obra nos últimos 10 anos”, comentou a presidente da ABRAM, muito satisfeita com a realização do evento. “Quero dar os parabéns para a CBAt pela realização da Taça Brasil. Vai ser uma parceria muito importante porque o trabalho principal é de inclusão de atletas mais velhos nas competições. Queremos atrair cada vez mais participantes, a partir dos 30 anos”, disse Rosa Biléssimo. “É importante que as pessoas conheçam o atletismo máster, fundamental para a qualidade de vida de muita gente.”
Shimizu, que tem treinamento acompanhado pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, já faz planos. “Agora o objetivo é bater recordes na categoria mais de 95 anos”, disse sorrindo e mostrando muita confiança. “Vou treinar muito para isso”, dando um exemplo muito especial e emocionante.
Nascido no arquipélago de Okinawa, no dia 13 de março de 1928, Maedo (Ibirapuera) disputou a prova dos 5.000m da Taça Brasil Máster Loterias Caixa de atletismo, no Estádio Nacional Loterias de Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista (SP). No seu ritmo, impressionante pela idade, completou a distância em 49min10s54, recebendo aplausos do público.
Quando a família Maedo resolveu deixar o Japão em 1955, ela se instalou na Bolívia. Em 1958, mudou-se para São Paulo, no Brasil. O veterano começou no atletismo aos 40 anos por causa de uma bronquite asmática. Desde então dedicou-se às provas dos 400m, 800m, 1.500m e 5.000m. “Gosto de correr e a corrida me faz muito bem”, disse o veterano, com ajuda da filha Meire na tradução do japonês. “Acho que ganhei mais de 900 medalhas nesse tempo todo.”
Mesmo com 93 anos, Seijun Maedo ainda continua trabalhando como massagista. Tem alguns clientes até no interior do estado. Ele se aposentou no Instituto de Fisioterapia de São Paulo, mas faz questão de manter-se na ativa.
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