Gigante, Fernando Rufino faz melhor tempo da história e conquista medalha de ouro inédita na canoagem

Gigante, Fernando Rufino faz melhor tempo da história e conquista medalha de ouro inédita na canoagem

Com o tempo de 53s077, o canoísta sul-mato-grossense quebrou todos os recordes e liderou a final dos 200m da classe VL2, do início ao fim

Fonte CPB
6 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)
Fernando Rufino é medalhista de ouro na prova 200m VL2 da canoagem © Miriam Jeske / CPB

O Brasil conquistou mais uma medalha de ouro inédita durante a sua participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Desta vez, foi na canoagem, com o canoísta sul-mato-grossense Fernando Rufino de Paulo, o Caubói de Ouro (36 anos), que venceu a disputa dos 200m VL2, na madrugada deste sábado (4). O fenômeno da canoagem brasileiro liderou a prova final de ponta a ponta e fez o melhor tempo da história da competição, com o tempo de 53s077, disputada nas raias do Sea Forest Waterway, na capital japonesa.

Antes, o País havia conquistado um bronze na modalidade, com o atleta Caio Ribeiro, que ficou no terceiro lugar no Rio 2016, quando a canoagem entrou pela primeira vez no programa dos Jogos Paralímpicos.

Rufino e o português Norberto Mourão (bronze) comemoram conquistas inéditas na canoagem © Miriam Jeske / CPB

Na mesma final de Rufino, o canoísta brasileiro Luis Carlos Cardoso, que na noite da última quinta-feira (3), havia conquistado a prata nos 200m individual KL1 (caiaque), terminou a disputa na sétima colocação, com o tempo de 56s390.

“Este ouro eu dedico ao ano difícil de pandemia que as pessoas tiveram. Eu dedico a todos que perderam pessoas queridas, eu perdi gente que amava. Este ouro é uma forma de alegrar o povo. O brasileiro é um povo lutador e vibrou comigo”, disse Fernando na zona mista. Enquanto dava entrevista, Rufino ouvia música sertaneja.

Orgulhoso com seu feito inédito, o canoísta sul-mato-grossense exibe o ouro conquistado na pista olímpica de Sea Forest Waterway em Tóquio © Miriam Jeske / CPB

Conhecido popularmente como “peão”, o atleta chegou à final após terminar em primeiro nas eliminatórias com o tempo de 55s258. “A vida de peão está no meu sangue. Sou um sertanejo paralímpico”, brincou Rufino.

Esta é a primeira vez que o atleta da cidade de Itaquiraí (MS) participa de uma edição dos Jogos Paralímpicos. Nos Jogos do Rio 2016, o atleta foi cortado da Seleção Brasileira devido a problemas cardíacos.

O pódio dos 200m da classe VL2 da canoagem com o brasileiro Fernando Rufino (ouro), o estadunidense Steven Blake Haxton (prata) e o português Norberto Mourão (bronze) © Miriam Jeske / CPB

Fernando Rufino sempre esteve ligado ao esporte. Antes de sofrer um acidente de moto que resultou na amputação da perna esquerda, ele já havia participado de competições de atletismo e jogou futebol profissional na América do Norte.

As principais conquistas de Fernando Rufino são: prata na canoa e bronze no caiaque no Campeonato Mundial na Hungria 2018; prata na canoa na Etapa da Copa do Mundo na Polônia 2019; prata no caiaque e na canoa no Mundial em Manteomor-Velho 2018 (Portugal); prata no caiaque na Etapa da Copa do Mundo na Hungria 2018; prata no caiaque e na canoa no Campeonato Mundial em Racice 2017 (República Tcheca); ouro no Campeonato Sul-Americano de Canoagem, em Paipa 2017 (Colômbia); ouro na canoa no Mundial de Milão 2015 (Itália); e ouro na canoa no Mundial da Alemanha 2013.

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