Encontro dos Secretários Municipais de Esporte marca protagonismo da Asemesp na COB Expo 2025

Encontro dos Secretários Municipais de Esporte marca protagonismo da Asemesp na COB Expo 2025

Asemesp demonstra poder de articulação institucional: encontro reúne propostas práticas — PEC orçamentária, PELC, captação de recursos e modelo gestão esporte-educação — com gestores, especialistas e lideranças políticas

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 13 de setembro de 2025

A Asemesp — Associação dos Secretários Municipais de Esporte do Estado de São Paulo — assumiu papel de protagonismo na COB Expo 2025, evento concebido como o primeiro parque temático do esporte olímpico brasileiro. No dia 25 de setembro, o Encontro dos Secretários Municipais consolidou debates técnicos e proposições políticas voltadas ao fortalecimento do esporte nas cidades, com painéis sobre estratégias de gestão, o PELC, modelos de financiamento via educação e práticas eficazes de captação de recursos, conforme relato de Mauzler Paoli, secretário-executivo da entidade

Abertura e compromisso coletivo

Tom Moisés, presidente da Asemesp e secretário de Esportes de Barueri, abriu o encontro destacando a continuidade da união entre os secretários desde 2021 e a necessidade de políticas públicas eficazes para o esporte municipal. “Tenho a convicção de que nós não vamos consertar o mundo, mas podemos construir um mundo melhor. E isso tem que começar com a nossa própria cultura, dentro da nossa casa, que precisa ser um lugar de paz, inspiração e felicidade. O nosso trabalho deve refletir essa mesma energia”, afirmou Moisés, ressaltando a importância de valorizar profissionais do Esporte e da Educação Física e ampliar a presença do poder público federal e estadual nas cidades

Tom Moisés, presidente da Asemesp e secretário de Esportes de Barueri, durante seu pronunciamento na COB Expo 2025 © Arquivo

Pautas técnicas: PELC, gestão e captação

Mauzler Paoli sintetizou as temáticas centrais do encontro: estratégias para uma gestão esportiva bem-sucedida; elaboração e aplicação do PELC (Programa de Esporte e Lazer das Cidades); modelos de financiamento integrados à educação e ao esporte; e táticas de captação de recursos. As apresentações foram conduzidas por especialistas com ampla experiência, com foco em soluções práticas que possam ser replicadas no dia a dia das secretarias municipais.

Foco na perenidade orçamentária do esporte municipal

Na reunião, Tom Moisés relatou tratativas com o deputado federal Marcos Pereira, o presidente do Republicanos para a formulação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que assegure às secretarias municipais de esporte, em todo o país, um percentual mínimo de 1% do orçamento municipal. A proposta visa transformar o esporte em política pública perene, melhorar remunerações, ampliar ofertas de eventos e obras em infraestrutura, promover maior acesso da população às práticas esportivas e fomentar a cultura do esporte em todas as faixas etárias.

Walter Feldman, destacou que o esporte precisa ocupar o centro das políticas públicas, transformando programas e projetos em ferramentas reais de inclusão, saúde e desenvolvimento comunitário © Arquivo

Próximos passos e articulação política

Moisés informou que as conversas em Brasília avançam e que há comprometimento inicial de interlocutores para agendar debates com Hugo Mota, presidente do Congresso Nacional, e demais lideranças da casa. “A Asemesp seguirá mobilizando secretários e aliados políticos para traduzir as proposições técnicas em agenda legislativa e orçamentária”, disse o presidente da Asemesp.

Da gestão local à política pública

O encontro na COB Expo consolidou a Associação dos Secretários Municipais de Esporte do Estado de São Paulo, nesta terceira edição, como espaço de articulação técnica e política capaz de transformar experiências municipais em propostas de alcance estadual e nacional. A combinação de bons projetos, formação técnica e articulação legislativa foi apontada por gestores e especialistas como caminho para tornar o esporte um instrumento efetivo de saúde pública, educação e inclusão social

Andréa Ewerton apresentou o PELC como política pública consolidada, ressaltando que o desafio atual é garantir continuidade, qualidade e equidade, transformando conhecimento técnico em projetos efetivos nos municípios © Arquivo

Palestras e conteúdos apresentados

A abertura das palestras coube ao médico e gestor público Walter Feldman, que falou sobre “Estratégias eficazes para uma gestão esportiva bem-sucedida”. Com trajetória que inclui passagens como secretário de Esportes da capital, secretário-geral da CBF, mandato legislativo e exercício do cargo de governador em São Paulo, Feldman ressaltou a importância de colocar o esporte no centro das políticas públicas. Para ele, gestores têm a responsabilidade de transformar programas esportivos em ferramentas reais de inclusão, saúde e desenvolvimento comunitário.

Feldman apresentou também seu projeto atual, o Longevidade Expo Fórum, um encontro que reúne especialistas, empresas e atores do setor para discutir oportunidades e desafios do mercado sênior. Segundo o palestrante, esse ecossistema convergente mostra como políticas públicas e iniciativas privadas podem se articular para ampliar serviços, gerar empregos e promover qualidade de vida para a população idosa.

Mauzler Paoli, secretário-executivo da Asemesp, conduziu o encontro com objetividade e visão prática, destacando a importância de transformar diagnósticos em soluções e propostas em políticas públicas efetivas para o esporte municipal © Arquivo

Ao detalhar o Fórum São Paulo da Longevidade, Feldman explicou que se trata de um evento anual voltado à troca entre líderes, pesquisadores e formuladores de políticas sobre o envelhecimento populacional. Com programação que inclui palestras, painéis e workshops, o Fórum aborda temas como saúde, bem-estar, tecnologia, inclusão social e políticas públicas, sempre com foco em construir respostas positivas e ativas para os desafios do envelhecimento.

PELC em ação: roteiro prático para municípios

A palestra de Andréa Ewerton apresentou o Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC) como um modelo consolidado de política pública capaz de democratizar o acesso ao esporte e ao lazer nas cidades. Ewerton resumiu resultados históricos — entre 2003 e 2015 o PELC firmou 965 parcerias, beneficiou 1.939 municípios e implantou 5.248 núcleos de atividade, além de capacitar 287.314 pessoas e alcançar um público estimado em 844.279 beneficiados, com investimento aproximado de R$ 312,5 milhões — números que comprovam alcance, mas também expõem desafios de continuidade e avaliação.

No diagnóstico apresentado, Ewerton identificou entraves recorrentes: avaliações municipais fragmentadas, dificuldade de manutenção após o término dos convênios, desigualdades regionais no acesso e problemas na formação e retenção de agentes locais. Para superar esses obstáculos, ela recomendou um conjunto prático de medidas — planejamento participativo com a comunidade, formação continuada de gestores e agentes, diversificação da programação (esporte, cultura e lazer), monitoramento e avaliação sistemáticos, e articulação intersetorial com saúde, educação e cultura — ações essenciais para garantir qualidade, equidade e sustentabilidade das iniciativas.

“Estamos aqui para buscar soluções — não para repetir diagnósticos nem para lamentar a escassez de recursos. Nosso diferencial é agir com propriedade, transparência e prontidão, entregando informações e subsídios que os gestores públicos possam efetivamente aplicar.”

A parte operacional da palestra trouxe um roteiro objetivo para a elaboração de propostas e submissão em plataformas federais (Transferegov.br), com checklist de documentação (três cotações de orçamento, especificações técnicas, quantitativo de beneficiários, registros de execução e processos licitatórios adequados) e orientações sobre prestação de contas. Ewerton também mapeou fontes de financiamento viáveis para os municípios: emendas parlamentares estaduais e federais, programas do MEC e fundos do FNDE (PDDE, PAR), Lei de Incentivo ao Esporte, editais públicos e privados e parcerias corporativas — destacando sempre a necessidade de alinhamento técnico entre projeto e exigências de cada edital.

Por fim, a conferencista deixou um apelo prático aos gestores: transformar conhecimentos em projetos factíveis, alimentar as plataformas de forma correta e investir em capacitação local para garantir a continuidade das ações. A mensagem foi clara e pragmática: o PELC é uma ferramenta robusta — com impacto comprovado — que, quando executada com planejamento e governança, pode ser a base de políticas municipais perenes de esporte, lazer e inclusão social.

Wilson Cardoso, presidente do IDECACE e idealizador do Programa DNA do Brasil, apresentou modelo inovador que integra esporte, cultura e educação, defendendo a união entre ciência, gestão e sensibilidade social como caminho para promover inclusão e cidadania © Arquivo

Integração entre esporte e educação

O terceiro palestrante foi Wilson Cardoso, presidente do Instituto para o Desenvolvimento da Criança e do Adolescente pela Cultura e Esporte (IDECACE), instituição com 25 anos de atuação na promoção do desenvolvimento humano por meio do esporte, da cultura e da educação. Sob sua liderança, o IDECACE consolidou-se como referência nacional em políticas de inclusão e formação cidadã. Idealizador do Programa DNA do Brasil Talentos, iniciativa que já beneficiou mais de 350 mil crianças e jovens em todo o país, Cardoso apresentou um modelo inovador de integração entre esporte, cultura e educação, destacando a importância de políticas públicas intersetoriais que unam gestão eficiente, ciência e sensibilidade social para promover inclusão e cidadania.

Durante sua exposição, Cardoso detalhou a metodologia do Programa DNA do Brasil, que utiliza métricas educacionais, esportivas e psicossociais para identificar talentos e avaliar o impacto de programas sociais. O sistema, segundo ele, serve de referência em governança e monitoramento de resultados, fortalecendo a transparência e a eficiência das ações públicas e privadas.

Dr. Leomir Araújo, representante do FNDE, destacou as oportunidades de articulação entre programas federais e estaduais e defendeu modelos de gestão que integrem educação em tempo integral, esporte educacional e uso eficiente dos recursos públicos © Arquivo

O palestrante demonstrou ainda como a integração entre educação e esporte pode ampliar a captação de recursos, enfatizando que a mensuração de resultados é fundamental para transformar investimento em legado social. Apresentou exemplos de parcerias com programas federais e estaduais – como VAAR, PSE e ETI – e ressaltou o potencial de articulação entre União, estados e municípios para ampliar o alcance das políticas públicas. “O esporte e a educação são as maiores pontes de transformação do país.”

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

O quarto palestrante foi Dr. Leomir Araújo, representante do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que participou do painel “Captação de recursos por meio do esporte e da educação”. Em sua intervenção, destacou as oportunidades de articulação entre programas federais e estaduais, como VAAR, PSE e ETI, e a importância de modelos que unam educação em tempo integral, esporte educacional e gestão eficiente dos recursos públicos.

A apresentação do Programa DNA do Brasil evidenciou como o uso de métricas educacionais, esportivas e psicossociais pode fortalecer a governança das políticas públicas e promover um ciclo contínuo de detecção e desenvolvimento de talentos. A metodologia do IDECACE foi apontada como exemplo de modelo escalável, capaz de gerar resultados mensuráveis e transformar investimento público em legado social.

Tom Moisés reforçou que a transformação do esporte municipal depende de união e propósito: “A força da Asemesp está na coletividade — quando trabalhamos juntos, o esporte deixa de ser promessa e se torna política pública real e perene” © Arquivo

A participação de ambos os representantes do IDECACE ampliou a dimensão técnica do encontro, oferecendo aos gestores municipais exemplos concretos de como a integração entre esporte e educação pode gerar resultados mensuráveis, sustentar políticas públicas e inspirar novos modelos de gestão para o esporte brasileiro.

Esporte + educação: potencializar recursos e reduzir desigualdades

Na avaliação do secretário-executivo da Asemesp, professor Mauzler Paoli, o encontro demonstrou de forma clara o potencial da integração entre secretarias de esporte e educação. “Trouxemos profissionais com larga experiência na gestão pública e no desenvolvimento de projetos vinculados ao FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e a programas federais. Wilson Cardoso e Leomir Araújo mostraram aos secretários as possibilidades concretas de articulação entre esporte e educação — caminhos para acessar recursos volumosos que hoje ficam fora das secretarias municipais de esporte”, explicou Paoli.

Secretários municipais de esporte, chefes de gabinete, adjuntos e diretores técnicos reunidos em um encontro histórico de articulação e troca de experiências © Arquivo

Segundo ele, a sinergia entre as pastas permite estruturar programas de contraturno escolar e iniciativas de formação esportiva que retêm alunos na rede, reduzem evasão escolar e ampliam o acesso à prática esportiva. “Quando a educação e o esporte atuam em conjunto, cria-se uma política pública integrada que beneficia diretamente o aluno, a comunidade e a própria gestão municipal”, completou.

Diagnóstico prático e resposta técnica

Paoli ressaltou que as intervenções foram eminentemente técnicas e orientadas para a aplicabilidade. “Os palestrantes foram técnicos e atenciosos ao atender às demandas e ao responder às dúvidas dos gestores presentes. Apresentaram, passo a passo, como elaborar projetos, captar recursos e acessar programas que viabilizem investimentos em infraestrutura, na formação de profissionais e na oferta de atividades voltadas ao desenvolvimento integral dos jovens.”

O secretário-executivo avaliou que essa contextualização amplia a visão estratégica do esporte municipal e apontou a criação, no futuro próximo, de um fundo federal capaz de financiar políticas públicas permanentes e perenes, para o esporte nas cidades.

Representatividade municipal e presença de líderes esportivos

A organização da COB Expo 2025 registrou 156 inscritos para o Encontro dos Secretários — um público formado exclusivamente por gestores públicos: secretários municipais de esporte, chefes de gabinete, secretários adjuntos e diretores técnicos. A iniciativa foi elogiada pela qualidade das palestras, pela receptividade e pelo potencial de transformar conhecimento em ação local.

O Encontro dos Secretários Municipais de Esporte na COB Expo 2025 contou com a participação efetiva de secretários de 42 cidades paulistas, reafirmando o caráter plural e cooperativo da Asemesp na construção de políticas públicas para o esporte. Entre os presentes, destacavam-se o judoca Rogério Sampaio, campeão olímpico e ex-diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil; Ticiano Neves Tavares, secretário de Esportes e Lazer de Guarulhos, segundo maior município paulista; Fernando Vanin, secretário de Esportes e Lazer de Campinas; Marcos Antônio de Moraes, secretário de Indaiatuba, cidade que mantém um dos projetos esportivos mais abrangentes do estado; e Weber Mathias, secretário adjunto que representou o município de São Paulo.

Também estiveram presentes secretários e representantes dos municípios de Arapeí, Arujá, Araçatuba, Barueri, Caieiras, Campinas, Campo Limpo Paulista, Campos do Jordão, Caraguatatuba, Carapicuíba, Cruzeiro, Flora Rica, Franco da Rocha, Guaratinguetá, Guarujá, Guarulhos, Indaiatuba, Itaquaquecetuba, Itanhaém, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itapuí, Jambeiro, Jandira, Jundiaí, Mairiporã, Nazaré Paulista, Osasco, Pederneiras, Piquete, Piratininga, Queluz, Santa Isabel, Santo André, Santos, São Caetano, São José dos Campos, Suzano, Taubaté, Vargem Grande Paulista e Vargem Grande do Sul.

A ampla representatividade reforçou o papel da Asemesp como espaço legítimo de diálogo entre os gestores municipais e as instâncias estaduais e federais, consolidando o encontro como um marco de integração, planejamento e fortalecimento do esporte público paulista.

Fechamento com chave de ouro

Para encerrar, Paoli sintetizou o tom do encontro e reafirmou a missão da Asemesp: “Estamos aqui para buscar soluções — não para repetir diagnósticos nem para lamentar a escassez de recursos. Nosso diferencial é agir com propriedade, transparência e prontidão, entregando informações e subsídios que os gestores possam efetivamente aplicar. Saímos da COB Expo com um diagnóstico preciso das necessidades municipais e com um roteiro prático para acessar recursos e transformar projetos em realidade. Assim, renovamos a convicção de que o esporte municipal terá papel ainda mais decisivo na promoção da educação, da saúde, da segurança pública e da inclusão social.”

Paoli concluiu convocando a união dos secretários para transformar as propostas apresentadas em políticas públicas efetivas: “A Asemesp seguirá mobilizando técnicos e parceiros para que essas ideias se convertam em ações concretas nas cidades — esse é o compromisso que renovamos hoje.”

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