Os valores e as competências inerentes ao esporte, sinalizam a construção de uma cultura empresarial resiliente, embasada na busca pela excelência, colaboração, respeito, resiliência, disciplina e liderança inspiradora.
Por Raúl Daffunchio Picazo / Inside The Games
18 de junho de 2024 / Curitiba (PR)
Em entrevista ao veículo de mídia espanhol Servimedia, Andrew Parsons, o brasileiro que preside o Comitê Paralímpico Internacional (IPC), falou sobre o evento, enfatizando a igualdade e o legado que deixará em termos de acessibilidade. Parsons também assegurou que esta edição será a mais espetacular da história.
O dirigente fez essa declaração logo após a sua participação no 17º Congresso Europeu de Atividade Física Adaptada – Eucapa 2024.
Esse importante evento ocorreu na Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha, onde ele também teve a honra de proferir um notável discurso sobre os Jogos Paralímpicos, destacando-os como “o evento mais transformador do planeta”. Durante a conferência, Parsons também explicou o papel da ciência e da pesquisa para alcançar estes resultados.
Ele explicou que os Jogos Paralímpicos em Paris, programados para acontecer entre 28 de agosto a 8 de setembro, acontecerão com “a volta dos espectadores”, após Tóquio 2020 ter sido realizado com espectadores mínimos devido à pandemia de COVID-19.
O dirigente acrescentou que “o esporte paralímpico está mais forte do que nunca” e Paris é uma “cidade fantástica” que realizará eventos em “locais icônicos”, como futebol de cegos sob a Torre Eiffel, eventos equestres nos jardins de Versalhes e esgrima e taekwondo no Grand Palais.
Parsons destacou o “impacto” que os Jogos Paralímpicos de Paris terão, pois serão transmitidos em quase 170 países ao redor do mundo, alcançando uma audiência cumulativa de cerca de 4,2 bilhões de pessoas, mais do que as edições anteriores.
“Estamos na fase final do processo de classificação dos atletas”, disse ele, observando que cerca de um milhão de ingressos já foram vendidos para assistir aos eventos paralímpicos na capital francesa. “Estamos vivenciando uma curva de vendas muito semelhante à de Londres 2012”, acrescentou.
Parsons continuou dizendo que o movimento paralímpico internacional está “inextricavelmente ligado” aos direitos humanos, com o lançamento da campanha ‘WeThe15’ durante Tóquio 2020, dado que cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo (15% da população) têm algum tipo de deficiência.
Ele também enfatizou que um dos objetivos é que os Jogos de Paris sejam os Jogos Paralímpicos com maior equilíbrio de gênero na história, com uma expectativa de 45% dos atletas sendo mulheres, superando o recorde histórico de 42% alcançado em Tóquio 2020.
Parsons destacou que os Jogos Paralímpicos de Paris deixarão um “legado interessante”, com maior acessibilidade no metrô, ônibus adaptados e um plano multimilionário de acessibilidade para espaços públicos em toda a França.
No campo esportivo, Parsons observou que a nadadora paralímpica espanhola Teresa Perales poderá fazer história em Paris 2024 se ganhar uma medalha.
“Se a para atleta de 48 anos ganhar uma medalha, ela igualará o lendário nadador Michael Phelps, que é o atleta olímpico mais laureado da história, com 28 medalhas”, disse Parsons.
“Seria fantástico se ela pudesse superar Michael Phelps em medalhas e as pessoas pudessem ver isso na televisão. Acho que seria incrível e um exemplo para gerações de atletas não só na Espanha, mas também para mulheres com deficiência de todo o planeta”, acrescentou Parsons, referindo-se à atleta nascida em Zaragoza, que ganhou medalhas desde sua estreia em Sydney 2000 até Tóquio 2020.
A atleta, que perdeu a mobilidade da cintura para baixo aos 19 anos devido à neuropatia, ganhou 27 medalhas em sua ilustre carreira, sete delas de ouro.
O Eucapa 2024 foi organizado pela Federação Europeia de Atividade Física Adaptada (EUFAPA), o Congresso contou ainda com a colaboração do Comitê Paralímpico Espanhol, a Cátedra Fundación Sanitas de Estudios sobre Deporte Inclusivo, Sevilla Congress and Convention Bureau, e a organização de Eventos GB.