O judoca Fethi Nourine, que se retirou dos Jogos Olímpicos de Tóquio para não enfrentar um oponente israelense, e seu treinador, Amar Benikhlef foram banidos dos tatamis por 10 anos
Fonte Ali Iveson / Inside the Games
10 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)
A comissão disciplinar da Federação Internacional de Judô (FIJ) suspendeu o judoca argelino Fethi Nourine e seu treinador Amar Benikhlef das disputas por 10 anos após a recusa do lutador de enfrentar um oponente israelense. Eles poderão recorrer da decisão, caso desejem. O veredito completo ainda não foi divulgado pela entidade.
O código de conduta da FIJ inclui uma cláusula de “respeito aos adversários”, que diz que os atletas nunca devem perder uma luta voluntariamente. A suspensão foi determinada depois que Nourine e Benikhlef se retiraram dos tatamis em uma luta nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Nourine, que compete na categoria até 73kg, deveria enfrentar Tohar Butbul, de Israel, mas disse à televisão argelina que não iria “sujar suas mãos”, quando foi justificar sua retirada dos tatamis. O banimento do esporte se encerrará somente no dia 23 de julho de 2031.
Segundo a o comitê disciplinar da FIJ, é evidente que os dois argelinos usaram, maliciosamente, os Jogos Olímpicos como uma plataforma para protestar e promover causas políticas e religiosas, o que é uma clara violação aos estatutos da entidade, ao Código da federação internacional e até mesmo à Carta Olímpica.
O caso não é inédito, visto que a FIJ já precisou tomar medidas contra atletas que não queriam enfrentar israelenses. Em abril deste ano, a entidade proibiu o Irã de competir pelo esporte por quatro anos após o país instruir Saeid Mollaei a não enfrentar um oponente de Israel no Campeonato Mundial de 2019.
Mollaej, no caso, desertou para a Mongólia e passou a representar o país em competições internacionais – como foi o caso dos últimos Jogos Olímpicos, em que ele, inclusive, conquistou a medalha de prata.