Gabriel e o primeiro colocado, o britânico Reece Dunn, nadaram com tempo abaixo do recorde mundial, que era de 1min52s90
Fonte UOL e GE
27 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)
Um dos grandes nomes da delegação brasileira já na sua primeira participação nos Jogos, Gabriel Bandeira conquistou nesta sexta-feira (27) sua segunda medalha na natação nas Paralimpíadas de Tóquio. Depois do ouro nos 100m borboleta da classe S14 (para atletas com deficiência intelectual), o brasileiro ganhou a prata nos 200m livre da S14.
A disputa foi tão acirrada que ele e o vencedor, o britânico Reece Dunn, nadaram abaixo do recorde mundial anterior (1min52s90). Dunn anotou 1min52s40, enquanto o brasileiro cravou 1min52s74. O bronze ficou com o russo Viacheslav Emeliantsev, que fez um tempo de 1min55s58.
“Nadei muito bem. Na realidade, eu não esperava duas medalhas em duas provas. Estava colocando tanta energia para os 100m borboleta que o que viesse depois daquela disputa era lucro. Estou muito feliz”, disse ao SporTV. Na prova desta sexta-feira, Gabriel foi apenas o quinto a virar nos primeiros 50m. Porém, o brasileiro cresceu no decorrer da prova, assumiu a segunda posição e pressionou Dunn nos metros finais.
O britânico chegou a abrir mais de um corpo de vantagem para os demais nadadores, mas foi perseguido por Gabriel nos últimos 50m. O brasileiro diminuiu a diferença, mas não a ponto de bater na frente do medalhista de ouro, que melhorou seu próprio recorde mundial em 56 centésimos e baixou em quatro segundos o antigo recorde paralímpico.
Gabriel foi o responsável pela primeira medalha de ouro do Brasil nas Paralimpíadas, na quarta-feira (25), no primeiro dia de competições no evento, estabelecendo o recorde paralímpico nos 100m borboleta da S14. Ele ainda vai nadar os 100m costas, os 100m peito e é o favorito ao ouro nos 200m medley, sempre na mesma classe, que é a única voltada a deficientes intelectuais.
O brasileiro é uma cara nova na natação paralímpica e disputa, em Tóquio, sua segunda competição internacional. Ele era atleta do Minas Tênis Clube na natação convencional quando, no ano passado, incentivado por seu treinador, fez testes que apontaram uma deficiência intelectual. Com isso, o paulista de Indaiatuba passou a ser elegível para a natação paralímpica e mudou para o Praia Clube, de Uberlândia (MG), onde agora mora e treina.