O país não ficava em jejum de medalhas no primeiro dia dos Jogos Olímpicos desde 2008. O skate e o judô garantiram, na ordem, uma prata e um bronze para o Brasil
Por Helena Sbrissia / Global Sports
25 de julho de 2021 / Curitiba (PR)
Os Jogos Olímpicos de Tóquio tiveram início na última sexta-feira (23) e, após um primeiro dia de competições bastante frio para os brasileiros, o Time Brasil finalmente conquistou as duas primeiras medalhas para o país. O jejum no primeiro dia de Olimpíadas não acontecia desde 2008, o que surpreendeu depois que alguns favoritos ao pódio não conseguiram chegar às finais de suas modalidades.
A primeira medalha olímpica brasileira veio do skatista Kelvin Hoefler, e foi angariada após a primeira final olímpica do skate na história, já que a categoria é estreante nos Jogos. O paulista de 27 anos conquistou a prata no street masculino, somando 36,15 pontos na grande final, uma marca que não ultrapassou apenas o japonês Yuto Horigomi, que somou 37,18. Quem completou o pódio foi o americano Jagger Eaton, com somatória 35,55.
Hoefler conseguiu liderar a bateria durante a primeira metade da competição, mas Horigomi ultrapassou suas marcas nas manobras individuais. Em entrevista à TV Globo, logo após receber a medalha, ele declarou: “Isso aqui representa o skate brasileiro, a nossa garra e a nossa persistência. Isso aqui não é só meu, não, é o skate do Brasil que merece isso aqui, merece até mais. Isso aqui é o começo de uma geração do Brasil que está por vir, e amanhã tem muito mais.”
Kelvin Hoefler foi o quarto colocado no Mundial de 2019 e, em 2021, passou por algumas lesões. Por isso, apesar de ser um dos candidatos ao pódio, não era tido como um dos grandes favoritos para conquistar uma medalha.
Depois de um primeiro dia frustrante para o judô, que não tem nenhum atleta favorito para ganhar medalha de ouro, Daniel Cargnin foi o segundo brasileiro a conquistar uma honra olímpica em Tóquio 2020. O gaúcho de 23 anos venceu por wazari o israelense Baruch Shmailov pela categoria peso-meio-leve (até 66kg) e garantiu uma medalha de bronze para integrar o quadro do Time Brasil.
Nas primeiras fases, Daniel derrotou o egípcio Mohamed Abdelmawgoud, por ippon, e o moldavo Denis Vieru, por wazari. Nas quartas de final, foi vitorioso sobre o italiano e primeiro colocado do ranking mundial Manuel Lombardo, também por wazari. Na semifinal, perdeu para o japonês Hifumi Abe, que acabou ganhando a medalha de ouro no mesmo dia. O georgiano Vazha Margvelashvili ocupou o segundo lugar no pódio e o sul-coreano Baul Na foi o terceiro colocado ao lado de Cargnin.
Daniel Cargnin é um judoca da Sociedade de Ginástica de Porto Alegre, a Sogipa, um dos mais tradicionais Clubes formadores de atletas do país. Ele é treinado pelo técnico Antônio Carlos Pereira, o Kiko, que também formou João Derly e Mayra Aguiar, o que demonstra a hegemonia dos clubes na história de conquistas de títulos no esporte nacional.
O Brasil ocupa, neste momento, o 19º lugar no quadro de medalhas. Os três primeiros colocados são a China, com onze medalhas (seis de ouro, uma de prata e quatro de bronze), o Japão, com seis medalhas (cinco de ouro e uma de prata) e os Estados Unidos, com dez (quatro ouros, duas pratas e quatro bronzes).