Evento realizado na UNIFESP Baixada Santista reuniu gestores, pesquisadores e dirigentes de todo o Estado em torno de temas como governança, sustentabilidade, compliance e políticas públicas de esporte.
Por Ascom / Asemesp
São Paulo, 9 de novembro de 2025
O VI Seminário de Administração Pública e Privada no Esporte, realizado no dia 28 de outubro, reuniu gestores, professores, pesquisadores e estudantes no auditório da UNIFESP Baixada Santista, em Santos (SP), para um amplo debate sobre os rumos da administração pública e privada, com foco na gestão esportiva no Brasil.

Promovido pela ASEMESP – Associação dos Secretários Municipais de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo – em parceria com a UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, e com o apoio institucional da Prefeitura de Santos, o encontro foi mediado por Ivan Tertuliano, secretário de Relações Acadêmicas da ASEMESP.

Autoridades
A cerimônia de abertura contou com a presença de Tom Moisés, presidente da ASEMESP e secretário de Esportes de Barueri; professora doutora Daniela Caetano, representando o curso de Nutrição da UNIFESP; professor doutor João Paulo Botelho, representando o curso de Educação Física da UNIFESP; e Fábio Duarte, vereador do PL e proponente do evento.

Além das autoridades que compuseram a mesa de honra, o evento contou com a presença de Mauzler Paoli, secretário executivo da ASEMESP; Rafael Martins de Souza Pereira, secretário de Assuntos do Esporte Educacional da ASEMESP; Fernando Vale, secretário de Esportes, Lazer e Qualidade de Vida de Taubaté; Fernanda Bordan, secretária de Esportes de Caçapava; Rogélio Salceda, secretário de Esportes e Lazer de Itanhaém; Maurício Pelé, secretário de Esportes de Ilha Comprida; Gerson Rodrigues, secretário de Esportes e Lazer de Bertioga; Rita Orsi, secretária de Esportes e Lazer de Jundiaí; Weriston Baldini de Souza, secretário de Esportes de Caieiras; e Edson Rodrigues, secretário de Esportes de Santa Isabel.
A ampla representatividade de dirigentes municipais reforçou o papel da ASEMESP como espaço de integração e cooperação entre as cidades paulistas, fortalecendo o intercâmbio de experiências e boas práticas de gestão esportiva.

Em suas falas, os representantes destacaram a relevância do seminário como espaço de articulação entre academia, poder público e setor privado, voltado à formulação de políticas esportivas sustentáveis e inclusivas.

Tom Moisés enfatizou a importância de encontros como este para o fortalecimento das políticas públicas municipais de esporte, capazes de assegurar qualidade, equidade e impacto social. Para o dirigente, o evento reforça o papel das administrações locais na construção de um sistema esportivo mais eficiente e participativo, aproximando teoria e prática na gestão.

O vereador Fábio Duarte ressaltou o orgulho de Santos em sediar um evento dessa magnitude, sublinhando o legado que o esporte vem deixando na cidade. Ele destacou que o seminário fortalece o diálogo entre os diversos agentes que constroem diariamente o esporte paulista e reafirma a vocação de Santos como polo de formação e inovação na área esportiva.

Por sua vez, o professor João Paulo Botelho reafirmou o compromisso da UNIFESP com a formação crítica dos futuros profissionais de Educação Física e com a produção científica voltada à gestão e à inclusão esportiva. Ele salientou que a universidade deve seguir atuando como ponte entre o conhecimento acadêmico e as demandas sociais, contribuindo para a evolução das políticas públicas de esporte e lazer no país.

Conhecimento aplicado à gestão esportiva
A programação do seminário foi marcada por palestras de especialistas de diversas áreas da gestão esportiva, que compartilharam experiências práticas e reflexões sobre o cenário contemporâneo do esporte no Brasil.

O professor Agnaldo Vignati apresentou as experiências exitosas da Confederação Brasileira de Esporte (CBE), destacando práticas de governança e gestão institucional, bem como os projetos que a entidade desenvolve em parceria com prefeituras.
“A boa governança é o alicerce de qualquer política esportiva eficiente. Quando unimos planejamento e responsabilidade, garantimos que o esporte avance como instrumento de cidadania e desenvolvimento social”, pontuou Vignati.

Na sequência, a professora Camila Forcellini abordou o tema das arenas sustentáveis, discutindo a incorporação dos princípios de ESG (Environmental, Social and Governance) na construção e operação de equipamentos esportivos, além da possibilidade de utilização dessas estruturas para eventos não esportivos — como shows e feiras — capazes de gerar receitas adicionais e garantir a autossustentabilidade dos espaços.
“Os gestores precisam compreender que sustentabilidade não é custo, é investimento. Cada arena deve ser pensada como um equipamento vivo, capaz de servir ao esporte e à comunidade ao mesmo tempo”, afirmou.

Encerrando o período da manhã, o professor Ciro Winckler tratou das políticas públicas voltadas ao paradesporto, enfatizando a necessidade de reestruturação dos investimentos e do financiamento público para garantir maior inclusão de pessoas com deficiência no sistema esportivo nacional. Ele também defendeu um olhar ampliado, para além do esporte paralímpico, abrangendo o paradesporto em toda sua diversidade e potencial transformador.
“Precisamos de políticas permanentes e não apenas de ações pontuais. O paradesporto é um instrumento de dignidade e cidadania, e deve ser tratado com o mesmo protagonismo que as demais modalidades”, observou Winckler.

No período da tarde, o professor Hítalo Silva abordou a temática do compliance no setor público, apresentando os marcos legais e as boas práticas de integridade e governança aplicadas à administração pública voltada ao esporte.
“Transparência, ética e integridade não são apenas conceitos — são compromissos que legitimam a atuação do gestor público e fortalecem a confiança da sociedade nas instituições”, explicou Silva, ao enfatizar a importância da capacitação permanente dos profissionais que atuam no setor.

Em seguida, o professor Ricardo Silva compartilhou sua experiência em planejamento e execução de grandes eventos esportivos, destacando o potencial econômico dessas iniciativas para as cidades, especialmente no fortalecimento dos setores hoteleiro e gastronômico, além da importância de um planejamento técnico detalhado para o sucesso de cada evento.
“Um grande evento não se faz apenas com paixão, mas com método, responsabilidade e visão de futuro. O legado econômico e social depende diretamente da competência de quem o organiza”, ressaltou.

Finalizando as apresentações, o professor Luiz Delphino discutiu as Leis de Incentivo Fiscal ao Esporte (LIEs), oferecendo um panorama sobre elaboração, captação e execução de projetos esportivos financiados por meio desses mecanismos, que permitem a utilização de recursos oriundos de impostos devidos para o fomento de programas esportivos de impacto social.
“As leis de incentivo são instrumentos poderosos, mas exigem preparo técnico e planejamento. Quando bem aplicadas, elas transformam boas ideias em oportunidades reais para comunidades inteiras”, concluiu Delphino.

Integração e compromisso com futuro do esporte
O encerramento do encontro ficou a cargo do professor doutor Ivan Tertuliano, secretário de Relações Acadêmicas da ASEMESP, que destacou o caráter técnico e estratégico do seminário. “O VI Seminário consolida-se como um marco na integração entre universidade, poder público e iniciativa privada. É um espaço que reafirmou a importância do conhecimento científico aliado à gestão responsável e à ética na formulação de políticas esportivas”, afirmou.

O dirigente enfatizou ainda que a proposta central da ASEMESP é manter o diálogo permanente entre as esferas de gestão, estimulando o aprendizado contínuo e o aprimoramento técnico de quem atua na linha de frente do esporte. “O esporte é, acima de tudo, uma ferramenta de transformação social e desenvolvimento humano. Nosso compromisso é ampliar as oportunidades e fortalecer a gestão esportiva municipal e estadual”, completou Tertuliano.

Ele também agradeceu às instituições parceiras e convidou os participantes para a sétima edição do seminário, prevista para 2026, em local a ser definido.

Em síntese, o evento reafirmou o papel da academia e dos profissionais da gestão esportiva na construção de um setor mais eficiente, inovador e inclusivo. Ao longo do dia, temas como planejamento de políticas públicas, sustentabilidade, governança, integridade e parcerias institucionais demonstraram que o futuro da administração esportiva brasileira depende da convergência entre conhecimento técnico, ética profissional e compromisso social.

O VI Seminário de Administração Pública e Privada no Esporte consolidou-se, assim, como um espaço de excelência para o aperfeiçoamento técnico e acadêmico dos gestores e profissionais que acreditam no poder transformador do esporte.

