General-chefe do CCFEx determina fechamento do Centro Militar de Tiro Esportivo em Deodoro

General-chefe do CCFEx determina fechamento do Centro Militar de Tiro Esportivo em Deodoro

Medida radical impacta o planejamento do ciclo olímpico para Los Angeles 2028 e compromete o uso de estrutura fundamental para atletas de alto rendimento.

Fonte CBTE
Curitiba, 20 de março de 2025

Decisão do Exército encerra atividades do principal centro olímpico de tiro do país e surpreende a diretoria da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE).

Sem aviso prévio, o Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) comunicou o fechamento definitivo do Centro Militar de Tiro Esportivo (CMTE), localizado em Deodoro (RJ), surpreendendo a CBTE. A medida, atribuída à não renovação de um acordo com o Ministério do Esporte, interrompe as atividades em uma das principais estruturas do legado olímpico dos Jogos Rio 2016.

Ataques recorrentes

É de conhecimento público que o tiro esportivo brasileiro vem sofrendo, de forma injusta, infundada e sem justificativas, ataques recorrentes.

Recentemente, foi publicado o Decreto nº 12.345/24, que, desde sua concepção até a promulgação, tinha como objetivo principal corrigir distorções normativas geradas por legislações anteriores. No entanto, por motivos desconhecidos, o decreto acabou sendo publicado em desacordo com tudo o que havia sido negociado, acordado e prometido anteriormente, deixando de atender às reais necessidades do esporte, das entidades de administração e dos seus praticantes.

Como se esse contexto já não fosse suficientemente preocupante, a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) foi surpreendida, na primeira semana de março, com o conteúdo do Ofício nº 20-Asse Ap As Jurd/CCFEx, datado de 27 de fevereiro de 2025. Assinado pelo Coronel André Bou Khater Pires, que substituía interinamente o General de Brigada Ricardo Augusto Montella de Carvalho (chefe do Centro de Capacitação Física do Exército – CCFEx), o documento comunicava que o Exército Brasileiro, por meio do CCFEx, encerrou de forma definitiva, em 24 de fevereiro de 2025, as atividades nos equipamentos esportivos que compõem o Legado Olímpico de Deodoro, com destaque para o Centro Militar de Tiro Esportivo (CMTE).

O documento justifica a decisão citando a “ausência de repasse dos recursos previstos no Acordo de Cooperação EME Nº 017-010-00” e a decisão do Ministério do Esporte de não renovar o referido acordo. O ofício solicita, ainda, que a informação seja amplamente divulgada entre os atletas e demais envolvidos na prática do tiro esportivo, a fim de que possam se readequar à nova realidade.

https://www.sicoob.com.br/web/sicoobcentralscrs

A atitude e a decisão adotadas pela referida Organização Militar causaram espanto, indignação e consternação à CBTE, sobretudo por a comunicação ter ocorrido somente após o fechamento definitivo do local.

Isso porque, ao longo de muitos anos, a CBTE manteve com o CCFEx uma relação de parceria e transparência, realizando investimentos significativos no CMTE, tanto financeiros quanto humanos — com a disponibilização de profissionais técnicos qualificados para manutenção, reparos e melhorias dos equipamentos, mobiliário e instalações do centro.

Diante disso, causou estranheza e decepção o fato de a CBTE ter sido informada apenas após a desativação do complexo, sem qualquer aviso prévio ou tentativa de diálogo que permitisse unir esforços na busca por uma solução, capaz de preservar a continuidade das atividades esportivas no local.

Importante destacar que o CMTE é o principal e mais completo centro de tiro esportivo do país, tendo sido sede de eventos de grande porte, como os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, Copas do Mundo da ISSF, Seletivas Olímpicas, Campeonatos Sul-Americanos e, principalmente, os Jogos Olímpicos Rio 2016, onde o Brasil conquistou uma medalha de prata com o atleta Felipe Wu.

Diante disso, é injustificável e incompreensível que o encerramento do CMTE ocorra de forma tão abrupta, justamente em um momento em que o Brasil já formalizou sua candidatura para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031 e se prepara para o novo ciclo olímpico rumo a Los Angeles 2028, além de diversas competições internacionais classificatórias.

A postura adotada pela instituição responsável revela profundo desrespeito à história construída em parceria com a CBTE e ignora os esforços contínuos da Confederação na conservação e aprimoramento do CMTE. Faltaram consideração, respeito e transparência — valores que, até então, acreditava-se serem recíprocos nessa relação institucional.

Permitir o fechamento e o abandono de um dos principais legados olímpicos do país representa um grave retrocesso para o esporte nacional, além de um enorme prejuízo aos atletas que dependem desses equipamentos para treinar e competir. Trata-se também de um claro desperdício de recursos públicos investidos na construção e manutenção dessas arenas esportivas, que agora perdem sua função.

Diante desse cenário inesperado, a CBTE já está mobilizando esforços para obter informações detalhadas sobre os fatos e buscar alternativas viáveis para reverter o fechamento do CMTE ou encontrar uma solução que preserve os interesses do esporte e dos atletas brasileiros.

Nesse sentido, a Confederação reforça seu apelo público às instituições competentes, em especial ao Ministério do Esporte e ao Comitê Olímpico do Brasil, para que colaborem na busca de uma solução justa e efetiva para esse impasse.

Clique AQUI e acesse o oficio nº 20-Asse Ap As Jurd-CCFEx CBTE

https://www.originaltatamis.com.br/

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